Por causa de sua posição geográfica, a Nova Zelândia é sempre o primeiro país do mundo a celebrar a passagem do ano e festejar a chegada de um novo. Em 2020, há pouco motivo para celebração. Mesmo que cada um de nós esteja bem e com saúde, os familiares e amigos de 1,6 milhão de pessoas no mundo perderam seus entes queridos para a pandemia da COVID-19.
Mas precisamos ter um olhar positivo e pensar que, em tempo recorde, pesquisadores e cientistas do mundo inteiro conseguiram desenvolver vacinas contra o coronavírus que, pouco a pouco, começam a ser aplicadas na população mundial.
E é para que não apenas os neozelandeses, mas pessoas de outros países também pudessem terminar o ano com esperanças renovadas, que foi lançada a campanha “Florest of Hope”, ou seja, “Floresta da Esperança”, na tradução para o português.
A iniciativa convida todos a transformarem suas frustrações do ano que passou em sementes de esperança através do plantio de árvores.
“Faz um ano. Um ano difícil. 2020 teve férias canceladas, casamentos adiados e celebrações perdidas. A Nova Zelândia será o primeiro país a receber 2021 e queremos começar com uma dose de positividade. Vamos transformar essas decepções em esperança. Juntos, vamos construir uma Floresta da Esperança”, diz o texto da campanha.
Quem escolher contribuir com o plantio pagará $10 dólares neozelandes por cada árvore. A campanha é uma parceria do Tourism New Zealand e da organização não-governamental Trees That Count. As mudas de espécies nativas serão plantadas nas regiões de Queenstown e Northland, ao norte do país.
“As árvores nativas são uma das ferramentas mais poderosas que temos disponíveis para ajudar a combater as mudanças climáticas e proteger nossa biodiversidade única”, afirma Adele Fitzpatrick, CEO da Trees That Count.
A ideia é que, assim que pandemia for controlada no mundo inteiro, a Nova Zelândia possa reabrir suas fronteiras novamente a turistas e aqueles que fizeram a doação para o plantio de uma árvore possam vê-la de perto.
Leia também:
Após zerar casos de coronavírus, Nova Zelândia lança campanha de reconexão ao mundo com valores da cultura indígena Māori
Nova Zelândia celebra o nascimento do 2000o kiwi, ave símbolo do país, em risco de extinção
Mulher da etnia Maori é nomeada chanceler na Nova Zelândia
Kākāpō: papagaio raro, que não voa, é eleito ‘Ave do Ano’ na Nova Zelândia
Foto: Noah Buscher on unsplash
Ah, que inveja deles. De sermos um país motivador do reflorestamento ao invés do desmatamento, substituindo incêndios por renascimentos, descontaminando e despoluindo onde ações e omissões pecaram contra o meio ambiente e contra a vida. Ah, pudéssemos acordar no Novo Ano acreditando em primaveras e bonanças após a tempestade, sem a falsa impressão dos comerciais mentirosos da TV, festivos demais para a realidade do luto que vivemos e assistimos de verdade. Antes dos votos de felicidade, para nós e para os outros, imprescindível reconstruir, restaurar e refazer sem a falsa impressão de que tudo já passou, porque estatísticas demonstram o contrário. Feliz Natal e Próspero Ano Novo ecoam como os prematuros votos de uma alegria ainda imerecida para o aluno que não foi bem nas provas, ou porque não quis ou porque não deixaram.