Após zerar casos de coronavírus, Nova Zelândia lança campanha de reconexão ao mundo com valores da cultura indígena Māori

Ilha localizada na Oceania, a Nova Zelândia deu exemplo ao mundo no controle da pandemia do novo coronavírus. Com a imposição rápida de medidas rígidas de isolamento social, seguidas por seus 4,8 milhões de habitantes, o país teve 1.504 casos confirmados da COVID-19 e apenas 22 mortes. Em 15 de março, quando havia o registro de somente 100 casos da doença e nenhum óbito, as fronteiras já foram fechadas.

Ontem (08/06), a primeira-ministra Jacinda Ardner afirmou que a pandemia estava controlada e que o último paciente em tratamento contra a doença havia recebido alta.

Sem esconder a alegria, Jacinda anunciou que as medidas restritivas para conter a pandemia não são mais necessárias. Há 17 dias não é registrado nenhum novo caso de COVID-19 na Nova Zelândia. A primeira-ministra agradeceu o apoio dos neozelandeses, que com seu sacrifício, conseguiram zerar a taxa de transmissão do coronavírus.

Para se ter uma ideia, a Irlanda, outro país insular, com uma população semelhante, teve 25 mil casos de COVID-19 e 1.679 mortes. O sucesso do controle da pandemia na Nova Zelândia envolveu ainda esforços de comunicação ressaltando para a população a importância do confinamento e também, ampla testagem.

Simultaneamente ao anúncio do controle da pandemia, foi lançada a campanha A Journey of Reflection (Uma Jornada de Reflexão), iniciativa que tem como objetivo uma reconexão dos neozelandeses com o mundo, estimulando a uma análise sobre a vida pós-coronavírus e ainda, valorizando os princípios da cultura Māori.

Os povos indígenas Māori são originários da Polinésia e chegaram na Nova Zelândia em canoas por volta de 1.320. Os Maori representam aproximadamente 14% da população do país. Eles possuem uma cultura única, rica em tradições, mitologia e arte.

Após zerar casos de coronavírus, Nova Zelândia lança campanha de reconexão ao mundo com valores da cultura indígena Māori

A campanha inclui dois vídeos, que você assiste mais abaixo, em que um idoso e uma criança questionam o que há mudado desde o começo da pandemia e como percebemos que precisamos valorizar mais o que realmente importa: a natureza e nossas relações sociais.

Alguns dos valores mencionados na campanha são o kaitiakitanga, que na cultura Maori significa proteger e cuidar de pessoas e lugares, manaaki manuhiri, ou seja, acolher e cuidar de todos os visitantes, e whanaungatanga, que representa tratar os outros como família.

“Uma pausa forçada pode ser um motivo para reflexão sobre o que é mais importante para todos nós. Em tempos de crise, há oportunidades. Um tempo para refletir e redefinir nós mesmos e o mundo em que vivemos. À medida que velhos hábitos se desintegram sob força maior, novos caminhos podem surgir ou podemos simplesmente ser lembrados sobre o que sempre importou”, destaca Brodie Reid, diretora de marketing do Turismo Nova Zelândia.

*Com informações do site de notícias Deutsche Welle e Turismo Nova Zelândia

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Fotos: reprodução site Turismo Nova Zelândia

7 comentários em “Após zerar casos de coronavírus, Nova Zelândia lança campanha de reconexão ao mundo com valores da cultura indígena Māori

  • 11 de junho de 2020 em 2:57 PM
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    Aquela inveja boa da Nova Zelândia <3

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  • 11 de junho de 2020 em 7:14 PM
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    Acredito que assim como eu, muitas pessoas ao acessar e ler essa matéria deve sentir a vontade imediata de estar na Nova Zelândia. Mas, por outro lado, essa notícia me faz inspirar para aprender com esses exemplos, a dar-se conta do que está ocorrendo no nosso entorno.

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    • 13 de junho de 2020 em 7:30 PM
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      O problema maior no Brasil é a ignorância cultural.Existe dois tipos de ignorante.O bruto,ser animal,estúpido, grosseiro. E o ignorante educado que nada sabe

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      • 29 de julho de 2020 em 1:39 PM
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        Não ofenda os animais, por favor!

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  • 12 de junho de 2020 em 4:08 PM
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    Parabéns pela iniciativa e a maturidade do país. Já admirava a cultura da Nova Zelândia, agora mais ainda.

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  • 14 de junho de 2020 em 3:09 PM
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    Educação e cultura são as bases para tudo!
    Aqui, ressalvadas as exceções, em geral não se tem educação e nem cultura!
    A começar por quem está sentado na cadeira de PR e sua claque: um caos!

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.