Em 1979, o educador americano Joseph Cornell desenvolveu a metodologia Sharing Nature para promover e aprofundar a conexão das pessoas com a natureza.
No Brasil, a educadora Rita Mendonça (uma das autores deste blog) é a representante oficial da Sharing Nature WorldWide, uma rede mundial de pessoas engajadas na difusão dessa prática em seus contextos.
Em 2004, criou o Instituto Romã de Vivências com a Natureza para realizar essa tarefa e oferecer oficinas de formação de educadores especialistas.
Além da formação, é possível conhecer mais sobre a abordagem nos livros de autoria de Cornell, publicados no Brasil sob a coordenação da equipe do Instituto Romã: Vivências com a Natureza 1 e Vivências com a Natureza 2, pela Editora Aquariana, São Paulo.
Vale destacar que a instituição se dedica, também, ao estudo e à prática de outras abordagens voltadas para o aprofundamento da conexão das pessoas com a natureza, mas a Sharing Nature segue sendo sua grande fonte de inspiração.
Aprendizado sequencial
Desde a primeira tradução dos livros Sharing Nature with Children e Sharing the Joy of Nature – que, em português, receberam os títulos Brincar e Aprender com a Natureza (fora de catálogo, mas à venda em sebo) e A Alegria de Aprender com a Natureza (disponível na Estante Virtual e na Amazon), respectivamente –, o nome do sistema de aprendizagem criado pelo professor Cornell, Flow Learning foi traduzido por Aprendizado Sequencial.
Desde essa época, 1996, seguimos empregando tal definição para nos referirmos a essa forma de conduzir grupos em um meio natural. Preferimos focar na difusão dessa abordagem em vez de discutir a sua tradução.
Passados quase 25 anos, sentimos que poderíamos revê-la, considerando a importância que as palavras carregam e que as novas gerações, que entram em contato com essa abordagem, já podem ter, desde o nome, uma noção de como vamos trabalhar.
Com base na yoga e na meditação, a visão da aprendizagem se aproxima de como a natureza funciona, sempre em fluxo, permanentemente num vir-a-ser.
Isso é muito diferente de como a aprendizagem é realizada no ambiente escolar, em que os conteúdos estão distanciados da experiência direta, tanto dos estudantes quanto dos professores.
Aqui não, a ênfase é na aprendizagem pela experiência, que em momento adequado é ampliada pelo compartilhamento com os demais participantes, com estudos e outras referências.
Lembramos que essa abordagem pode também ser empregada com grupos de adultos e em ambientes internos, com as adaptações necessárias para cada situação.
Aprendizagem em fluxo
Assim, a partir de agora, empregaremos o termo Aprendizagem em fluxo para nos referirmos a essa forma de trabalhar ao ar livre. Inaugurando, assim, um novo momento de nosso trabalho de difusão dessa abordagem, que consideramos tão essencial para os dias atuais, e cada vez mais oportuna para ser utilizada no ambiente escolar, considerando a gradual abertura para o ensino ao ar livre.
E a primeira ação onde você poderá acompanhar essa nova expressão usada nas traduções é na legenda da gravação da conversa que tivemos com o professor Cornell em maio de 2020, em plena pandemia, que reproduzimos no final deste post.
Nessa ocasião, tivemos a oportunidade de conversar com ele – de forma muito gostosa e inspiradora -, apresentá-lo ao público brasileiro e conhecer mais sobre seus mais recentes trabalhos: os livros Deep Nature Play (Jogo da Natureza Profunda, em tradução livre) e Flow Learning – Learning with the Heart and Spirit (Aprendizagem de fluxo – Aprendendo com o coração e o espírito, em tradução livre).
Para a tradução da conversa recebemos o apoio de Lorena Coelho Vivian, Rafaela Balbino e Beatriz Olival. A revisão técnica foi de Rita Mendonça e as legendas de Pedro Marcel Honório Amaral Filho. Agradecemos a todos.
Disponível na íntegra e, agora, com legendas em português, esta conversa torna o trabalho de Joseph Cornell acessível a mais e mais pessoas.
Fotos: Ana Carol Thomé