Andei sumido dentro de mim. Andei pensando os motivos que me levaram a me tornar fotógrafo e os propósitos de minha vida, tanto profissional quanto pessoal. Quais os caminhos que me trouxeram até aqui? E parei para refletir se tudo isto valeu a pena e quais os próximos passos a tomar.
Lembro do cheiro e do gosto das primeiras imagens, lembro da música que ouvia ao me encontrar com a fotografia e o quanto ela se mostrou poderosa como uma arma transformadora. E percebi que isto poderia ser últil aos meus ideais.
Sim! Eu era um idealista convicto de que poderia mudar o mundo. E, de certa forma, consegui moldar um pouco do meu mundo. O que para muitos pode ser pouco, mas este pouco, reconheço, é o que importa.
No mundo atual, me sinto entristecido por não poder provocar mudanças reais no comportamento das pessoas. Mas isto seria muita pretensão minha – mudar o mundo -, pois percebi que o que temos mesmo de mudar somos nós mesmos. E a fotografia me ajudou a melhorar como pessoa.
Costumo dizer que retratar o outro é respeitar o momento de cada um sem roubar-lhe os segredos da alma. Em um dos primeiros posts, aqui, falei sobre isso.
Ao respeitar o outro respeitamos a nós mesmos na busca do que chamamos de felicidade. A minha felicidade é que, um dia, quando eu mostrar uma fotografia, todos ouçam música…
Abaixo, uma seleção de imagens que tenho feito em minhas andanças pelo Brasil. Nelas estão os indígenas, que são a razão do meu projeto Ameríndios do Brasil, que dá nome a este blog. Mas também flashs da festa do Círio de Nazaré, a celebração de Marabaixo no Quilombo do Curiaú, em Macapá, e Recife vista de cima, à noite, numa homenagem a Jackson Polock… Para abrir este post, escolhi o Yamurikumã, ritual das mulheres guerreiras do Xingu, feita no ano passado na aldeia Kalapalo.
Se deixe guiar pelas fotografias. E, se ouvir música, comente, aqui mesmo, no post. Vou gostar de saber.
Lindas imagens. Parabéns!