PUBLICIDADE

Manifesto da sociedade civil pede que governo decrete Estado de Emergência Climática no Brasil

Manifesto da sociedade civil pede que governo decrete Estado de Emergência Climática no Brasil

Os supostos efeitos das mudanças climáticas sobre o planeta não são mais apenas uma previsão para um futuro distante. Eles chegaram e podem ser vistos em diversos lugares do planeta, inclusive, no Brasil. Tivemos os incêndios florestais no Pantanal em 2020, quando quase 30% do bioma foi destruído pelo fogo, que matou 17 milhões de animais. No ano passado, os rios secaram na Amazônia e botos foram encontrados sem vida. E novamente, em 2024, essas tragédias se repetem: cidades do Rio Grande do Sul foram devastadas por uma enchente histórica e queimadas tomaram conta de grande parte do país nos últimos meses, fazendo com que milhões de brasileiros respirassem partículas insalubres de sua fumaça.

Vivemos uma emergência climática e é preciso lidar com ela como tal. Como uma crise. É por esta razão que vários setores da sociedade civil se uniram para lançar um manifesto que pede que o governo brasileiro decrete Estado de Emergência Climática.

Idealizada pelo grupo Manifesto Coletivo, a petição tem como signatários instituições, cientistas, acadêmicos, ambientalistas e jornalistas da área ambiental, como Bruno Torturra, o escritor Frei Beto e os professores Lilia Schwarcz e Vladimir Safatle, entre outros. “O estado de emergência climática se apresenta como uma necessidade inadiável. Trata-se de exigir dos governos que reconheçam esse fato e que deem formatos jurídico e administrativo adequados à decretação da situação excepcional e extrema na qual as mudanças climáticas nos colocaram”, afirmam eles. 

No manifesto, o grupo pede pela criação de uma figura jurídico-administrativa da urgência climática para pautar as seguintes ações:

PUBLICIDADE

1) que cesse a destruição sistemática dos biomas e das águas territoriais;

2) que sejam retiradas do Congresso atribuições legislativas contrárias aos interesses da natureza e que toda tomada de decisão ecologicamente sensível seja submetida a plebiscito; 

3) que os recursos para a criação de infraestrutura necessária ao enfrentamento das catástrofes iminentes se tornem prioridade;

4) que haja enfrentamento e responsabilização contra crimes e negligências ambientais;

5) que as opções econômicas preferenciais, representadas pelo agronegócio e pelo extrativismo da grande indústria, sejam rejeitadas e em seu lugar tenhamos investimentos robustos em produção de alimentos livres de veneno respeitando o meio ambiente;

6) que se assuma como prioridade nacional o trabalho imenso da recuperação dos biomas ameaçados e devastados, e a revisão e correção dos padrões vigentes de urbanização;

7) equiparação de produção de queimada à crime hediondo;

8) confisco de terras de fazendeiros envolvidos em queimadas.

Você também pode apoiar o manifesto ao assinar a petição online criada na plataforma Change.org, que já conta com quase 35 mil assinaturas. Acesse o link aqui!

Recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a criação da Autoridade Climática Nacional para enfrentar os eventos extremos, todavia até o momento, ainda não foi informado como essa pasta funcionará, qual será seu orçamento e quem estará a frente dela. O governo declarou ainda que está estudando meios para confiscar terras de autores de incêndios criminosos.

——————

Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular

Leia também:
Rios cada vez mais secos e queimadas mais frequentes: a nova realidade no Pantanal e na Amazônia
Incêndios no Pantanal ficam 40% mais devastadores devido às mudanças do clima, aponta rede internacional de cientistas
“Não há mais volta para os extremos climáticos”, alerta Carlos Nobre
“Brasil será um dos países mais afetados pelas mudanças climáticas e precisamos preparar a sociedade pra isso”, alerta o físico Paulo Artaxo

Foto de abertura: Ricardo Stuckert/PR (sobrevoo no Parque Nacional de Brasília, atingido por incêndio em setembro)

Comentários
guest

1 Comentário
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Lenira
Lenira
4 horas atrás

Desde os anos ’70 a sociedade civil e a de cientistas vêm trazendo esta preocupação. Fato: somos a única espécie no planeta que destrói seu habitat.

Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

  • PUBLICIDADE

    Mais lidas

    PUBLICIDADE