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Fêmea de crocodilo coloca ovos sem acasalamento com macho, fato inédito para a ciência

A notícia só foi divulgada agora, mas o caso, até então inédito na ciência, aconteceu em 2016. A fêmea de crocodilo americano (Crocodylus acutus) vivia sozinha há 16 anos no Parque Reptilandia, na Costa Rica. Foi por acaso que seus cuidadores acharam no seu recinto 14 ovos.

Recolhidos e levados para um laboratório, os pesquisadores constataram que metade dos ovos era viável, ou seja, tinha chance de gerar uma nova vida. Eles foram então colocados numa incubadora, todavia, nenhum deles eclodiu. Depois de três meses, os cientistas quebraram as cascas para examinar o que havia dentro e em um deles havia o que se assemelhava ser um feto.

Exames genéticos feitos no material comprovaram que ele era o mesmo da fêmea de crocodilo.

A partenogênese, capacidade de uma fêmea se reproduzir assexuadamente, sem a necessidade de um macho, já foi observada entre outros animais. Foi registrada em cobras, lagartas, tubarões e aves, contudo, nunca na ordem Crocodilia, que inclui jacarés e crocodilos.

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O artigo científico com a descrição da descoberta foi publicado no jornal Biology Letters. Agora os pesquisadores conjecturam se, com a documentação do “parto virgem” em aves e crocodilianos, talvez animais de um passado muito distante, como pterossauros e/ou dinossauros também fossem capazes de gerar filhote sem o acasalamento entre macho e fêmea.

Na imagem mais acima, a fêmea de crocodilo que colocou os ovos e logo abaixo,
o feto que não chegou a nascer
(Foto: Quetzal Dwyer)

Qual a diferença entre um jacaré e um crocodilo?

O sul da Flórida é o único lugar onde o crocodilo-americano (Crocodylus acutus) e o jacaré-americano (Alligator mississippiensis) convivem juntos na natureza.

Apesar de serem muito parecidos, esses répteis pertencem a famílias diferentes. Os crocodilos são da família Crocodilidae e os jacarés, da Alligatoridae. A primeira possui quatorze espécies diferentes, a segunda se divide em oito. No Brasil, não existem crocodilos.

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Jacarés dependem de fontes externas de calor para regular sua temperatura corporal. Eles fazem isso tomando sol ou se mudando para áreas com ar ou água mais quentes ou mais frias
(Foto: Nasa/rawpixel)

A principal diferença entre esses dois animais pode ser percebida em sua anatomia. Os jacarés têm um focinho em forma de U, mais largo e arredondado, enquanto os crocodilos possuem um focinho em forma de V, mais pontudo. Já nesses últimos, o quarto dente fica protuberante no maxilar inferior, enquanto que nos jacarés ele se encaixa em uma cavidade na mandíbula superior quando fechada, de modo que a sua ponta fica escondida.

Além disso, os crocodilos apresentam nas escamas do ventre os chamados poros glandulares, característica ausente nos jacarés. Outra distinção entre ambos foi relatada por pesquisadores japoneses, em 2018, que descobriram que os jacarés tendem a ter ossos do úmero mais curtos em seus membros anteriores e fêmures mais curtos em seus membros posteriores do que os crocodilos.

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Foto de abertura: Jeff Leonhardt por Pixabay

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