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No fluxo da natureza

Em que tempo vivemos? Em que tempo as crianças vivem? Atualmente, sabemos que há crianças que vivem com agendas lotadas, tempo contado pra fazer tudo que é ‘preciso’. Em muitas escolas, o tempo é marcado com rigidez, a cada 30 minutos troca-se de atividade. Entre tantos tempos marcados, dirigidos, em que tempos estamos?

As crianças começam uma atividade já sabendo que, logo mais, serão interrompidas pra fazer outra coisa, muitas vezes desconexa da atividade anterior. Estamos no agora pensando no daqui a pouco, sempre no futuro, nunca inteiros no presente. 

A vida com a natureza nos convida para estar no presente, a cada instante, sentindo, percebendo o que está acontecendo nos planos mais delicados e sutis. É algo que a natureza nos ensina: aprimorar nossa sensibilidade até entrarmos no tempo em que a vida funciona, um tempo lento para nossa vida apressada, mas um tempo que também está agindo sobre nós.

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Quer ver um exemplo? Sabemos que estamos nos modificando o tempo todo: se for um adulto, está envelhecendo, se for uma criança, está se desenvolvendo, crescendo. Podemos fazer inúmeras escolhas de modo a direcionar as transformações que o nosso corpo faz, mas não temos como saber, com certeza, como ficaremos, como seremos amanhã, daqui a um ano, daqui a dez anos.

Não há planejamento que funcione no fluxo da natureza. Para uma vida em acordo com a natureza é preciso aprimorar o olhar para sentir, perceber a direção que o fluxo da vida está tomando, e navegar com ele, permitir que ele alcance sua melhor expressão, em vez de querer forçar para que as coisas funcionem assim ou assado.

Claro que existem situações inaceitáveis e desejamos transformá-las. Mas, mesmo com estas, se não prestarmos atenção ao fluxo que fez com que elas se expressassem dessa forma, provocaremos uma situação e, até mesmo, repetiremos o problema que queremos resolver.

Viver de acordo com as leis da natureza requer humildade, capacidade de atenção, confiança e liberdade.

Foto: Annie Spratt/Unsplash

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Sandra
Sandra
6 anos atrás

Será que ainda dá tempo de brincar de amarelinha, de cirandinha, de bola de gude, de pular corda e de passar o anel? Será que o Apocalipse espera um pouco a gente se conectar de novo com passarinhos, sem a maldade de prende-los na gaiola, e será que ainda podemos reverter esse quadro de substituir grama por asfalto e árvores por edifícios, deixando de fora os animais que eram os donos do pedaço mas foram expulsos do seu habitat, por causa da nossa fome de progresso? Será que não fomos longe demais ultrapassando essa linha divisória entre nós e Deus, e estamos pintando e bordando no paraíso Dele, achando que também é nosso? Será que não chega, pecuária, você derrubar uma floresta por dia, transformando-a em pasto para as multiplicadas cabeças de gado que vão encher de ouro o bolso dos poderosos que vivem à custa de vender carcaças para humanos se locupletarem de pedaços de cadáveres? Será que já não basta termos crescido tanto sem alcançar a sabedoria dos pequenos que ainda brincam de carrinho e boneca, no seu mundo verdadeiro alheios ao nosso, de mentira?
Ou será preciso nascer de novo, reaprendendo a falar e ouvir, andar e amparar pessoas, lanchando sem crueldade o alimento livre de sangue e vísceras dos animais inocentes que adoram viver como a gente, de preferência sem o medo de serem torturados e mortos para virarem o nosso lanche da tarde ou a nossa papinha do almoço com os pedaços moídos, “imprescindíveis”, DELES.
https://claudia.abril.com.br/sua-vida/10-brincadeiras-antigas-para-criancas/#133213
http://noticias.r7.com/blogs/patas-ao-alto/saiba-de-onde-vem-a-carne-de-baby-beef-ou-vitela/2014/04/09/

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