O que já foi considerado uma das grandes invenções do ser humano – o plástico -, acabou se tornando uma praga ambiental. Ele pode ser visto por todos os lugares. Descartado incorretamente, tem poluido nossos oceanos e matado animais marinhos, que o confundem com alimento ou perdem a vida sufocados ou contaminados por ele.
Além disso, quando não é reciclado, o plástico também vai parar em aterros sanitários, onde demora centenas de anos para se decompor, assim como no mar. Chocado com o volume de embalagens e resíduos plásticos jogado no aterro onde trabalha e em rios, lagos e córregos da região de Cândido Mota, no interior de São Paulo, o administrador de empresas Haroldo Cesar Fernandes, criador da ONG Pró Azul, decidiu produzir tijolos ecológicos com eles.
Depois de muitas pesquisas e testes, Fernandes e os demais voluntários da ONG conseguiram desenvolver a matéria-prima para fabricar o tijolo. Eles utilizam pó de plástico, feito com garrafas PET, resíduos de plástico industrial e até, de para-choques de carros. Depois é adicionado um pouco de cimento, água e um catalizador, também preparado pelo time da Pró Azul.
“Criamos o catalisador que permite fabricar artefatos de concreto de plástico triturado, assim eliminamos o uso de areia e pedra”, contou Fernandes ao Conexão Planeta. “Para cada tijolo, são utilizados 2 quilos de plástico. Desta maneira, buscamos alinhar preservação ambiental com sustentabilidade”.
Segundo os criadores do tijolo plástico, ele tem a mesma resistência do que um tradicional, mas com maior durabilidade e metade do peso. O custo chega a ser 60% menor do que o modelo convencional, garantem. Atualmente a organização produz cerca de 1 mil unidades por dia. “Já estamos usando os tijolos e também lajotas, que fizemos com o plástico triturado, na pavimentação de praças e calçadas de nossa cidade”, afirma.
O calçadão da cidade com tijolo feito de plástico
Fernandes acredita que a inovação pode ser uma solução para melhorar a gestão de resíduos sólidos e ainda, gerar renda para a comunidade envolvida na produção dos tijolos plásticos.
Além deles, a Pró Azul, que é uma organização sem fins lucrativos da comunidade de Cândido Mota, transforma óleo de cozinha usado em biocombustível. O caminhão da ONG funciona com este biodiesel.
Ação de coleta de plástico realizada pela Pró Azul
“Tentamos reduzir ao máximo o acúmulo de resíduos em áreas de aterros e lixões com a busca intensa da transformação, seja em forma de reciclagem, reutilização ou reúso”, diz Fernandes.
O trabalho desta pequena ONG do interior paulista mostra que, com vontade e seriedade, há caminho para um futuro mais sustentável!
Haroldo Fernandes em trabalho de educação ambiental com crianças
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Fotos: divulgação ONG Pró Azul
Vamos tentar com borrachas também. A oferta de pneus e calçados velhos é imensa.
Uma ideia para se pesquisar. Pneus também tem se tornado um transtorno ambiental para todas as comunidades.
Ideia extraordinária
Obrigado Miguel.Valeu.
Haroldo! Muito bom dia! Gostaria muito de visitar a sua ONG e saber mais sobre o projeto. Fico grato pela atenção
estaremos a vossa disposição amigo. O email nosso e ongproazul@gmail.com
Otima iniciativa, poderia tb fazer blocos estrutural e ter parceria com ONG em S.P capital para maior divulgação e principalmente utilização…parabéns
Obrigado pela dica.
Adorei a ideia. Até imaginei a construção da minha casa com ele. Uma vez que já estou pensando em construir de tijolinho ecológico. Parabéns pela iniciativa, pessoas como você tornam o mundo um pouquinho melhor. Avante com essa ideia que logo chegue em todo mercado.