Um relatório divulgado esta semana na publicação científica Pediatrics traz uma nova recomendação da Sociedade Americana de Pediatria: crianças só devem consumir sucos de frutas naturais depois de completar um ano de idade.
Segundo os médicos dos Estados Unidos, não há benefício nutricional nenhum para o bebê ao ingerir o suco. O recomendado é que ele coma a fruta, que além das vitaminas, mantem as proteínas e fibras do alimento. Ainda de acordo com os pediatras americanos, o consumo de sucos estariam contribuindo para o crescimento da obesidade infantil.
Durante os seis primeiros meses de vida, tudo o que é uma criança necessita é o leite materno. Mas, tradicionalmente, a inclusão do suco de fruta era indicada pelos pediatras na dieta dos bebês após esta fase, como fonte de vitamina C e água, juntamente com as primeiras papinhas sólidas.
Todavia, de acordo com o relatório recém-divulgado, apesar de saudável, a grande quantidade de açúcar contida nos sucos (mesmo que naturais!) aumenta a ingestão de calorias e o aparecimento de cáries.
Pesquisas revelam que crianças e adolescentes, entre 2 e 18 anos, são os maiores consumidores deste tipo de bebida. Infelizmente, o que isto significa é que eles acabam trocando o alimento in natura pelo suco e deixando de absorver nutrientes importantes encontrados somente na fruta inteira.
Um exemplo dado é o de que um copo de 115 gramas de suco de maçã, por exemplo, tem 60 calorias, 13 gramas de açúcar e nenhuma fibra. Já a metade uma maçã, cortada em fatias, possui 1,5 grama de fibra, 5,5 gramas de açúcar e metade das calorias, 30.
O novo estudo da Sociedade Americana de Pediatra sugere que, mesmo depois do primeiro ano, o consumo de sucos de frutas deva ser controlado. “Precisamos ensinar as crianças a comerem alimentos frescos. Se você assumir que o suco é igual a fruta, então você não irá passar a mensagem certa”, afirmou Steven Abrams, principal autor do artigo e professor de pediatria na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, em entrevista ao jornal americano The New York Times.
Esta é a primeira mudança na lista de recomendação da entidade de pediatras americanos nos últimos 16 anos. O relatório nem cita sucos artificiais, que são uma bomba de açúcar.
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