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Brincar com elementos da natureza e toques sutis aguça a sensibilidade dos pequenos

toque

Uma criança se achega, levanta a camiseta mostrando a barriga e, olhando pra mim, diz: “Folha! Folha!”, enquanto aponta para o próprio corpo. Essa cena se repetiu muitas vezes depois que começamos a brincar de massagem com elementos da natureza. Na escola, isso é possível mesmo no corre-corre diário. É tudo muito simples: usamos um graveto, uma folha, uma flor para fazer carinho.

Em meio ao agito das crianças no parque, eu pego um elemento e ofereço para quem está próximo. Começo pelas mãos, percorrendo suavemente o dorso e deslizando por cada dedo. O carinho vai para o rosto, a barriga, as pernas, os pés.

Esta brincadeira é inspirada nos toques sutis criados pelo médico e psicólogo húngaro Pethö Sandór e vivenciados nas formações em Pedagogia Profunda, com a professora Céline Lorthiois e nos encontros de educadores da Casa Redonda (centro de estudos ao ar livre, que fica em Carapicuíba, São Paulo).

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O toque é bastante leve, feito de um jeito que quase não se sente, mas a gente sente. É como se você tentasse encostar numa bola de sabão sem que ela estoure. Uma ação de sensibilidade, troca de energia, carinho e confiança. A criança, explora essa movimentação de maneira mais livre. É um carinho, uma massagem. É estar junto, descobrir quem sou eu e quem é você.

“Tanto a ação do “brincar” como a ação dos toques sutis são gestos que atravessam o corpo e tocam a alma, abrindo espaços novos para a circulação de uma sensibilidade ainda pouco conhecida porque pouco exercida, mas com certeza à disposição de um possível desenvolvimento mais harmonioso do ser humano”, diz Maria Amélia Pinho Pereira em seu livro Casa Redonda: uma experiência em educação.

Nos encontros do programa Ser Criança É Natural elas são quase permanentes. Os pais são convidados a escolher, entre os tesouros da natureza encontrados pelo caminho, o que querem usar nesse momento com as crianças. Tem quem escolha o que é mais macio e outros escolhem aquilo que mais chamou a atenção. O silêncio vem naturalmente, junto com o corpo relaxado. A criança percebe o adulto disponível e inteiro junto dela. Momentos deste tipo se tornam cada vez mais raros e devem ser contemplados.

E, assim, as crianças revelam (sem nada dizer) que estes momentos de calma, de sentir, de estar junto são essenciais.

Foto: Renata Stort

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Andreia G. Rodrigues
Andreia G. Rodrigues
5 anos atrás

Adorei! Parabéns!👏👏👏👏

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