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Quando as crianças brincam na natureza, toda utopia é possível

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Domingo, dia 1º de Maio, o movimento Ser Criança é Natural (que dá nome a este blog) participou da programação do evento Slowkids, no Parque da Independência, em São Paulo, com passeios pela natureza. O dia ensolarado aqueceu o friozinho que parece que voltou à cidade pra ficar. E os quatro passeios que realizamos nos provocaram a encontrar novas maneiras de ocupar o espaço natural do parque.

Entre uma turma e outra, eu e Renata Stort (boa parte das fotos que publicamos aqui é dela) uníamos gravetos com barbantes para criar algumas formas inusitadas: surgiram pessoas dançando, um avião, cachorros… Entre uma trama e outra, crianças chegavam e perguntavam: “O que vocês estão fazendo?”. Após breve explicação, já se animavam e diziam: “Posso fazer também?”.

Assim, sem querer, nem programar, uma oficina de brinquedos feitos com gravetos se iniciou. As crianças chegavam com seus pedidos: bailarina, princesa, arco e flecha, estrela e, até, um cajado de fogo. Como para cada ideia é preciso ter um graveto apropriado, quem tinha a ideia ia à procura do graveto certo para que ela se tornasse real. Em pouco tempo, havia crianças espalhadas pelos arredores de onde nos instalamos à procura dos gravetos perfeitos para suas mirabolâncias.

Um garotinho, Lucas, se aproximou e, com gestos e expressões, me disse: “Eu quero um Hulk!”. Desafio aceito, claro! Logo, ele se pôs a caminhar pelas proximidades e encontrou tudo que precisava. Amarra daqui, segura dali, entre nós e tramas o Hulk apareceu! “Está pronto!”, eu disse. “Ainda, não!”, ele respondeu, me trazendo mais um graveto. “Tem que colocar esta espada”. Desejo atendido e, quando eu pensei que o herói dos quadrinhos e do cinema estava pronto, lá veio o Lucas com mais uma solicitação: “E a armadura?”.

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Huuummm… Pensamos em diversas maneiras de fazer o tal acessório e decidimos que usar folhas seria uma boa opção. Lá foi ele novamente em busca de mais adereços para esta criação coletiva. Quando ele voltou, vestimos a armadura do Hulk (que, na verdade, só usa este acessório na história do Lucas), e ficamos todos encantados com o resultado.

Tudo ali foi feito com muita simplicidade, carinho e valorizando as ideias e a imaginação das crianças. Cada pequeno que se aproximava trazia um desejo e um sonho. Cada nó que eu atava nessas pequenas construções me fazia acreditar ainda mais que onde crianças brincam toda utopia é possível.

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Fotos: Renata Stort e Ana Carol Thomé

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