Cerca de metade das espécies de répteis do mundo não foi ainda oficialmente estudada pela ciência e há pouquíssimas informações sobre o tamanho de suas populações, comportamento e habitats onde vivem. Imagine então como deve ser ainda mais difícil conseguir ter ideia do número de indivíduos de um animal como este acima: o camaleão pigmeu barbudo (Rieppeleon brevicaudatus), que tem pouco mais de 7 cm de comprimento.
O que os biólogos sabem é que ele pode ser encontrado em regiões de floresta da Tanzânia, na costa leste da África. E, assim como outros camaleões, pode mudar de cor e passar imperceptível no meio de folhas.
Recentemente, o Chester Zoo, na Inglaterra, celebrou o nascimento de três filhotes do camaleão pigmeu barbudo. Depois de 70 dias de incubação, os ovos eclodiram com sucesso.
“No momento, eles estão sendo cuidados em um ambiente especial. No futuro, desempenharão um papel vital no estabelecimento de um novo programa de reprodução – uma parceria entre diversos zoológicos internacionais”, explica Ben Baker, gerente da área de répteis do zoológico inglês.
Ele revela ainda que o nascimento de novos filhotes permitirá criar uma população sustentável e ajudar a coletar novas informações sobre a espécie, e assim, evitar a extinção de camaleões e outros répteis.
“Atualmente sabe-se muito pouco sobre camaleões pigmeus barbudos, especialmente informações sobre como eles vivem nas florestas isoladas da Tanzânia. Como grupo, no entanto, sabemos que os camaleões são um dos répteis em maior risco de extinção da África”, afirmou .
Segundo Baker, entre as principais ameaças ao minúsculo camaleão está o tráfico de animais silvestres, aliado à perda de vegetação (desmatamento) e às mudanças climáticas.
“Sabemos que a crise climática é um grande problema, pois o habitat do camaleão na floresta é altamente afetado por pequenas mudanças em seu ambiente”, alertou o especialista.
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Fotos: divulgação Chester Zoo