Lista revela os répteis mais exóticos do planeta e em risco de extinção

Tartarugas que respiram pela genitália e camaleões do tamanho de uma unha humana. Assim são alguns dos répteis descritos pela lista da Sociedade Zoológica de Londres, (ZSL na sigla em inglês). Infelizmente, a lista traz más notícias. Ela revela o ranking dos animais mais distintos em sua evolução e, que estão ameaçados de desaparecer.

A lista foi elaborada a partir de um estudo, publicado recentemente no jornal científico PLOS ONE. Ela contem os 100 répteis mais exóticos e únicos, na sua aparência, na maneira como vivem e se comportam e por estas ou outras razões, correm o risco de entrar em extinção. O objetivo dos pesquisadores é chamar a atenção das organizações de conservação animal sobre espécies pouco conhecidas e valorizadas, e em geral, existentes em menor número na natureza. O ranking analisa ainda quais são os esforços de proteção para cada animal: bom, médio, baixo ou muito baixo.

Em primeiro lugar na lista aparece a tartaruga de cabeça grande de Madagascar (Erymnochelys madagascariensis). Pré-histórica, a espécie é a mesma, desde 80 milhões de anos atrás, quando convivia com os dinossauros. Tem a cabeça maior do que o corpo, como indica seu nome. É considerada criticamente ameaçada pela Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que avalia as condições de sobrevivência de centenas de animais e plantas no planeta.

Espécie de Madagascar vive há mais de 80 milhões no planeta

Mas são, sem dúvida nenhuma, as espécies mais exóticas que chamam a atenção no ranking. Como por exemplo, a tartaruga-do-pescoço-de-cobra (Chelodina mccordi), endêmica da Ilha de Rote, na Indonésia, ou o crocodilo asiático gharial (Gavialis gangeticus), com sua longuíssima mandíbula. Ambos estão no mosaico que abre este post.

Existe ainda a tartaruga de cabeça-grande (Platysternon megacephalum), com um crânio completamente desproporcional ao tamanho de seu corpo, encontrada na China Central e em regiões do Vietnã, Cambódia e Miamar. Há também mais de 140 milhões de anos na Terra, a tartaruga-de-nariz-de-porco (Carettochelys insculpta). Diferentemente de outras espécies aquáticas de tartarugas, esta apresenta nadadeiras.

A tartaruga-de-cabeça-grande da Ásia

Já a tartaruga Mary Rivers (Elusor macrurus), da Austrália, parece mais um punk de cabelos verdes. Ela consegue ficar até 72 horas embaixo d’água, respirando através de glândulas de seus órgãos reprodutores. O “cabelo”, na verdade, são algas, por passar tanto tempo submersa. A espécie é considerada ameaçada pela lista da IUCN.

72 horas submersa e respirando pelos genitais

Com apenas 11 cm, a lagartixa Phelsuma pronki foi levada praticamente à extinção pelo desmatamento e pelo avanço da agricultura e também, por ser vendida como animal de estimação. Tida como criticamente ameaçada, hoje sobrevive na área central de Madagascar.

Minúscula e ameaçada de extinção

O ranking Evolutionarily Distinct and Globally Endangered (EDGE) – Evolutivamente Distinto e Globalmente Ameaçado -, é publicado desde 2007. Nas edições anteriores, foram avaliadas as condições de sobrevivência de espécies exóticas de anfíbios, aves, corais e mamíferos.

“Os répteis geralmente recebem pouquíssima atenção em termos de conservação, em comparação a aves e mamíferos. No entanto, a lista EDGE destaca quão únicas, vulneráveis e surpreendentes são essas criaturas. Das maiores tartarugas marinhas do mundo a uma espécie de cobra cega encontrada apenas em Madagascar, a diversidade desses reptéis é de tirar o fôlego”, destaca Rikki Gumbs, um dos responsáveis pelo ranking.

A lista completa pode ser acessada neste link.

Fotos: divulgação Sociedade Zoológica de Londres

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.