Primavera é tempo de namoro. Nos chamou a atenção um fuzuê de surucuá no quintal de casa. Todos atrás de oco de pau, de poleiro atrativo e coisa e tal.
Cantos dos mais variados e com tonalidades bem diferentes das que conhecemos tradicionalmente dos surucuás ecoaram na floresta e despertaram nossa curiosidade.
Um dos cantos é muito parecido com cacarejar do chimango (ouve aqui) e nos enganou direitinho.
O corre-corre ficou por conta de duas fêmeas de espécies diferentes (Trogon viridis e T. surrucura) e um macho dessa última.
Parecia “disputarem” a atenção do macho. Um comportamento que até o momento nunca havíamos presenciado.
Entre uma pausa e outra, sobrava tempo para dar uma bicada aqui e acolá, saboreando lagartas e outros bichinhos, como o bicho-pau que escapou da menina da foto.
Eram cinco surucuás envolvidos nessa “dança”, às vezes parecida com ataques, outras com encontrões até derrubar alguém no chão.
Uma das fêmeas estava a ir a vir de uma espécie de oco na copa de um jerivá muito antigo, mas isso merece mais observação, o que estamos fazendo sempre que a chuva deixa… pois chove!
O bicho-pau escapou e caiu, mas foi capturado novamente em pleno ar pela mesma surucuá, numa arremetida espetacular em curva fechada pra baixo! Manobra digna de contorcionista.
Coisa linda, né mesmo?
Fêmea mirando fêmea
Desfocado, o macho brinca de esconde-esconde
Exuberante macho de Trogon surrucura, o variado
Tem hora que a fêmea, exibida, lança um olhar fatal
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Fotos: Renato Rizzaro