Foi lançada hoje a pedra fundamental para a construção da Usina de Geração de Energia Elétrica do Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema (CIVAP), na cidade de Palmital, localizada a pouco mais de 400 km da capital paulista. A usina irá transformar lixo residencial em energia elétrica. Será a primeira do estado a usar esse tipo de tecnologia.
O projeto, realizado por meio de uma parceria pública privada (PPP), contemplará inicialmente outros 13 municípios da região, além de Palmital. O lixo será coletado de aproximadamente 150 mil casas de Cândido Moura, Tarumã, Assis, Paraguaçú Paulista, Florinea, Santa Cruz do Rio Padro, Ourinhos, Ibirarema, Echaporã, Oscar Bressane, Lutécia e Pedrinhas Paulista.
A estimativa é que as obras sejam finalizadas entre 15 a 18 meses e numa área de 15 mil m² a capacidade seja para o recebimento de 300 toneladas de lixo/dia e geração de 144 MW/dia, o suficiente para atender a demanda energética de quase 30 mil residências por ano.
Outro ponto positivo da futura entrada em operação da nova usina será que ela evitará o descarte anual de quase 94 mil toneladas de resíduos em aterros sanitários.
De acordo com a concessionária BAL-CIVAP, responsável pelo projeto, as cinzas geradas pela transformação do combustível derivado dos resíduos em gás são inócuas ao meio ambiente, podendo ser reaproveitadas para fazer massa asfáltica e tijolos.
“Receberemos o lixo in natura, trituramos, desidratamos e criamos um combustível, que posteriormente é transformado em gás”, explica Luciano Reis Infiesta, presidente da Carbogás Energia, empresa executora do projeto e detentora da patente.
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Foto de abertura: montagem domínio público/pixabay (torre de energia) e Toninho Tavares/Agência Brasília/Flickr (coleta de lixo)
PNRS > [informando/lembrando] A INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS É PROIBIDA NO BRASIL.
*POLÍTICA REVERSA DE RESÍDUOS > Regulamentação e Operacionalidade é Obrigação Municipal, de Acordo com as Normas Federais: o Recolhimento de Embalagens Pelos Fabricantes, Distribuidores, Comerciantes,..
Eduino,
Segue resposta do Hugo Lima, gerente Comercial da Carbogás Energia:
“A incineração de resíduos pura e simples é proibida no Brasil. Mas a tecnologia utiliza técnicas de controle que são impostas pelos órgãos ambientais. A tecnologia utilizada pela concessionária BAL CIVAP não é incineração. É uma técnica chamada de Gaseificação por Leito Fluidizado, que não utiliza queima, mas transforma termoquimicamente os resíduos em gás. Como não há presença de oxigênio no processo, a técnica consegue não gerar chama e diminuir muito as ligações químicas que geram dioxinas e furanos, entre outros vilões. A tecnologia pode, inclusive, receber de fábricas e comércios, como política reversa, resíduos para destinação final… Muito ainda se confunde processos e tecnologias. O que de fato interessa é que muitos estudos e validações são feitas pelos órgãos ambientais. Em São Paulo o controle ambiental exercido pela CETESB é tido como o mais eficiente e restritivo do Brasil. Todos têm interesse de fazer a coisa certa. O investimento é muito alto para correr risco de se fazer algo errado.
Há muita desconfiança por parte de alguns setores mais tradicionais, também no sentido de impedir o desenvolvimento do seguimento em função de seus interesses. A tecnologia desenvolvida aqui no Brasil e a utilizada no empreendimento é muito segura. Não se trata de queima”