Nem tudo é má notícia. Bem longe ainda de especialistas em conservação poderem respirar aliviados, mas pelo menos, para algumas espécies há esperança. Segundo dados divulgados há poucas semanas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) a população global de rinocerontes apresentou um aumento ao final de 2022, chegando a 27 mil indivíduos.
O crescimento se deve, sobretudo, à melhora nos números de duas espécies, os rinocerontes brancos e negros na África.
Pela primeira vez, em uma década, desde 2012, os rinocerontes-brancos-do-sul apresentaram aumento. Os números mais recentes revelaram uma estimativa de 16.803 indivíduos no continente africano no final do ano passado, em comparação com 15.942 no fim de 2021, mostrando um crescimento superior a 5%.
Já os rinocerontes negros continuaram um movimento de recuperação observado antes, passando de 6.195 há dois anos para 6.487 em 2022.
Infelizmente, as duas espécies mais ameaçadas – os rinocerontes de Java e de Sumatra – continuam à beira da extinção, restando menos de 80 indivíduos de cada uma delas.
“Estamos seguros de ver investimentos de longo prazo em ações colaborativas de conservação, resultando em um aumento no número de rinocerontes brancos, pretos e de um chifre só. Intervenções semelhantes devem ser ampliadas para continuar a abordar a situação crítica enfrentada pelos rinocerontes de Java e de Sumatra. Continuamos firmes no nosso compromisso com o futuro de todas as cinco espécies de rinocerontes”, diz Jo Shaw, CEO da organização Save the Rhino International.
Há cinco espécies de rinocerontes no planeta, três na Ásia (de Java, de sumatra e indiano) e duas na África subsaariana (negro e branco). Alguns deles ainda apresentam subespécies, dependendo da região onde são encontrados e algumas pequenas características que os diferenciam. É o caso dos brancos, que se dividem em do norte e do sul.
O rinoceronte-branco-do-norte está funcionalmente extinto. Restam na natureza apenas duas fêmeas (leia mais aqui).
Já o do sul chegou à beira da extinção, na década de 30, sobrando entre 30 e 40 indivíduos. Graças a esforços de conservação, em 2012 esse número saltou para 20 mil deles. Entretanto, nas últimas décadas com o aumento da demanda de seus chifres, a caça fez com que eles fossem mortos novamente e hoje estima-se que sejam 13 mil brancos-do-sul.
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