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Para Mulheres na Ciência: prêmio financia projetos de sete cientistas brasileiras nas áreas da saúde, física e meio ambiente

Para Mulheres na Ciência: prêmio financia projetos de sete cientistas brasileiras nas áreas da saúde, física e meio ambiente

Anualmente o programa Para Mulheres na Ciência reconhece o trabalho de sete pesquisadoras brasileiras que dedicam suas carreiras a quatro áreas do conhecimento: Ciências da Vida, Física, Matemática e Química. A iniciativa, promovida pela empresa L’Oréal, tem parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Academia Brasileira de Ciências. E as escolhidas para receber o prêmio em 2021, uma bolsa-auxílio no valor de 50 mil reais, acabam de ser anunciadas.

As vencedoras deste ano são Letícia Couto, Lilian Catenacci, Marta Giovanetti, Thaísa Michelan, Ana Cecília Rizzatti, Ingrid Barcelos e Fernanda De Bastiane. Seus focos de estudo contemplam desde pesquisas sobre as mudanças climáticas, restauração de biomas até modelos estatísticos para acompanhar a pandemia do novo coronavírus e a análise da conexão entre a saúde do meio ambiente, dos animais e dos seres humanos.

As selecionadas para a edição nacional do Para Mulheres na Ciência concorrem depois na premiação global International Rising Talents, que ao longo dos últimos anos, já teve várias brasileiras entre as ganhadoras.

Conheça abaixo um pouco mais do trabalho dessas cientistas brasileiras:

Ana Cecília Rizatti – a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) investiga a presença de poluentes na Antártica. Antes da pandemia da covid-19, ela viajou por cerca de dois meses à Antártica para coletar amostras de sedimentos e materiais que ficam suspensos na água. De volta ao seu laboratório em Salvador, ela vai analisar as amostras em busca de três tipos diferentes de poluentes: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, poluentes orgânicos persistentes e contaminantes emergentes. “Todas essas substâncias podem chegar até a Antártica por alguns caminhos diferentes. Uma possibilidade é chegar por via atmosférica. Compostos voláteis usados em regiões tropicais, de clima quente, atingem camadas bem altas da atmosfera, viajam pelo planeta e, depois, se depositam em lugares mais frios, como a Antártica”.

Fernanda De Bastiani – a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) concentrou parte de suas pesquisas de matemática e estatística em torno da emergência de saúde pública enfrentada pelo mundo e, em particular, pelo seu estado. Seu objetivo é ajudar na compreensão da variabilidade espacial da covid-19 em Pernambuco, observando em cada localidade o número de casos, número de mortes, taxa de incidência e outras variáveis. “Podemos avaliar a taxa de letalidade da doença e tentar associar isso a índices socioeconômicos. Ou podemos descobrir que os municípios mais populosos não necessariamente têm maior incidência de covid, e aí vamos investigar por que algumas regiões têm mais casos do que outras”, especula.

Ingrid David Barcelos – a física do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) pesquisa a pedra-sabão. Seu interesse é o estudo da luz dentro de estruturas muito pequenas, de apenas alguns nanômetros. Apesar do tamanho reduzido, as possibilidades são gigantes: a partir desse conhecimento será possível desenvolver novas tecnologias para, no futuro, melhorar a eficiência de dispositivos como chips de computadores e celulares, além de aplicações em telecomunicação. “As propriedades dos materiais – por exemplo, a forma como conduzem calor ou eletricidade – podem mudar drasticamente na nanoescala”.

Lílian Silva Catenacci – a professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) já percorreu diversas regiões do Brasil para fazer pesquisas com a abordagem da saúde única. Sua premissa é simples e certeira: pensar a saúde humana, animal e do ambiente de forma conectada. “Não dá para separar uma coisa da outra”, acredita.

Letícia Couto Garcia – a bióloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estuda como restaurar o bioma do Pantanal, levando em consideração sua importância ambiental e econômica. Equilibrar as demandas da sociedade e a conservação dos ecossistemas é a especialidade da cientista. “O Pantanal é, por definição, bem adaptado ao fogo. Mas, nos últimos anos, observamos uma intensificação perigosa das queimadas. Cerca de 43% das áreas que queimaram no Pantanal em 2020 não queimavam há 20 anos”, explica.

Marta Giovanetti – a virologista da Fundação Oswaldo Cruz atua em pesquisas para entender a dinâmica de disseminação dos vírus causadores de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela e ressalta a importância da “vigilância genômica” para isso. “Esta ferramenta e o monitoramento de agentes patogênicos circulantes são fundamentais também para a predição de futuros surtos e epidemias ainda em estágio inicial e, dessa forma, podem auxiliar também no controle de doenças infecciosas emergentes”, diz.

Thaísa Sala Michelan – a ecóloga e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) estuda as plantas aquáticas da Amazônia, em especial aquelas presentes no estado do Pará. Desde 2017, ela pesquisa a biodiversidade local e, agora, prepara-se para o desafio de percorrer riachos, brejos e lagos do estado para identificar as espécies presentes em cada região e entender como as atividades humanas, como a agricultura e a pecuária, impactam a ocorrência dessas plantas, que são fundamentais para o ambiente que ocupam. “As plantas aquáticas dão estrutura e abrigo para diferentes espécies. Por exemplo, servem de berçário para alevinos (filhotes de peixes), inclusive alguns que usamos na nossa alimentação”, explica.

Para Mulheres na Ciência: prêmio financia projetos de sete cientistas brasileiras nas áreas da saúde, física e meio ambiente

As premiadas juntas: da esquerda para a direita, Lilian Catenaci, Letícia Couto, Ingrid Barcelos, Marta Giovanetti, Fernanda Bastiani, Ana Cecília Rizzati e Thaisa Michelin

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Foto: divulgação “Para Mulheres na Ciência”

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