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Paleontólogos descobrem que maior tubarão que já existiu no planeta conseguia comer uma presa do tamanho de uma orca

Paleontólogos descobrem que o maior tubarão que já existiu no planeta conseguia comer uma orca inteira

O megalodonte (Otodus megalodon) foi um tubarão gigante que viveu entre 3 e 22 milhões de anos atrás. Mas chamar esse tubarão pré-histórico de “gigante” não faz jus ao que até então apenas se imaginava terem sido suas dimensões. Através dos fósseis de seus dentes, do tamanho de uma mão humana, tinha-se a evidência da sua força e de como poucas chances de sobrevivência tinham suas presas.

Todavia, além de seus dentes, pouco restou desse animal que dominava os oceanos num passado muito distante. Foi por isso que paleontólogos internacionais decidiram criar um modelo 3D para determinar as exatas proporções do megalodonte. E os números que eles descobriram são assombrosos: esse tubarão pesava mais de 60 toneladas, media 16 metros de comprimento, nadava cerca de 1,4 metros por segundo, consumia quase 100 mil quilos de calorias por dia e tinha um volume estomacal de aproximados 10 mil litros.

Essa alta demanda energética teria sido atendida através da ingestão da gordura de baleias. Há evidências disso em marcas de mordidas de megalodontes observadas anteriormente em fósseis.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que o megalodonte poderia comer um animal tão grande como uma orca, o maior predador marinho dos dias atuais. E sugerem que, com isso, o tubarão poderia facilmente passar dois meses sem comer mais nada.

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Para fazer a recriação em três dimensões do corpo inteiro do megalodonte, foi usado um espécime excepcionalmente bem preservado, descoberto por volta de 1860, na Bélgica – uma porção considerável de sua coluna vertebral ficou intacta após sua morte no Período Mioceno.

“Dentes de tubarão são fósseis comuns por causa de sua composição dura, o que permite que eles permaneçam bem preservados. No entanto, seus esqueletos são feitos de cartilagem, então raramente se fossilizam. A coluna vertebral do megalodonte do Instituto Real Belga de Ciências Naturais é, portanto, um fóssil único”, afirma Jack Cooper, estudante de doutorado na Universidade de Swanse, no Reino Unido, e um dos envolvidos na criação do modelo 3D.

O trabalho não foi fácil. O time que era composto por especialistas da Inglaterra, Estados Unidos, Suíça, Austrália e África do Sul primeiro mediu e escaneou cada vértebra, antes de reconstruir a coluna inteira. Após essa etapa, anexaram a arcada dentária de um megalodonte encontrado nos Estados Unidos, para, por último, adicionar digitalmente “carne” ao redor do esqueleto. Eles então anexaram a coluna a uma varredura 3D da dentição de um megalodon dos Estados Unidos. Eles completaram o modelo adicionando “carne” ao redor do esqueleto.

“O peso é uma das características mais importantes de qualquer animal. Para animais extintos, podemos estimar a massa corporal com métodos modernos de modelagem digital 3D e, em seguida, estabelecer a relação entre massa e outras propriedades biológicas, como velocidade e uso de energia”, explica John Hutchinson, professor do Royal Veterinary College, no Reino Unido, e um dos um co-autores do estudo.

Os cientistas esperam que com as novas descobertas seja possível entender melhor a função ecológica que as espécies da megafauna desempenharam em seus ecossistemas marinhos e as consequências em larga escala de sua extinção.

“Esses resultados sugerem que esse tubarão gigante era um predador transoceânico no topo de sua cadeia alimentar”, diz Catalina Pimiento, professora da Universidade de Zurique e autora sênior do estudo. “A extinção deste icônico tubarão gigante provavelmente impactou o transporte global de nutrientes e liberou grandes cetáceos de uma forte pressão predatória”.

*Com informações e imagens da Universidade de Zurich

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