Uma onça-pintada macho, com mais de 100 kg, que era monitorada no Pantanal por pesquisadores da organização Reprocon e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, através de um colar GPS, desapareceu. O animal vivia na região do Morro do Azeite, no município de Miranda, até que o aparelho parou de emitir sinais de deslocamento.
Uma equipe de pesquisadores foi até o local onde o satélite apontava que estava o colar e para surpresa de todos, a onça não estava lá, mas apenas o equipamento cortado.
Como o corte foi bem feito e a coleira estava dentro de um saco, embaixo de uma ponte, na BR-262, a suspeita é de que a onça-pintada tenha sido morta por caçadores.
A Reprocon registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Campo Grande e agora a Polícia Civil está investigando o caso.
O animal já era acompanhado pelos profissionais há seis anos e em dezembro de 2022 tinha recebido o colar GPS.
A coleira de rastreamento cortada
(Foto: divulgação Reprocon)
A onça-pintada (Panthera onca) é a maior espécie de felino das Américas e a terceira maior do mundo. Linda e majestosa, num passado distante ela era observada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte argentino, mas acabou desaparecendo de muitos desses lugares. Por isso mesmo, é considerada ameaçada de extinção.
No Brasil, há pequenas populações de onças na Amazônia, na região do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e no Pantanal, considerado um dos melhores lugares para se observar esses animais.
Vale ressaltar que atualmente em nosso país somente está liberada a caça de controle a uma espécie animal exótica e invasora, o javali-europeu (Sus scrofa) e a seu híbrido, o porco-doméstico (javaporco). Todavia, a pena para quem for autuado matando outra espécie de animal é de apenas seis meses a um ano de prisão e multa, por isso mesmo muitos caçadores não se sentem intimidados em cometer um crime tão brutal.
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Foto de abertura: divulgação Reprocon