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O Pantanal, maior planície alagável do mundo, é também um cenário exuberante que atrai turistas do mundo inteiro, principalmente os observadores de aves. A quantidade de espécies e indivíduos chega a ser tanta, que não se sabe para que lado olhar. É fácil observar arara-azul, tucanuçu, maracanã-de-colar, mutum-de-penacho e certamente, a ave-símbolo do bioma, o tuiuiú, tanto pela sua abundância quanto pela sua estatura.
Com seu 1,40 metro de altura, de reluzente alvura, tem cabeça preta, com um colar vermelho adornando o pescoço. O tuiuiú é um dos destaques no livro “Aves do Pantanal”, da organização internacional Wildlife Conservation Society, o qual cito, alguns trechos, como o que segue abaixo.
“Todos os anos, por alguns meses, a região abriga uma das maiores concentrações de aves pernaltas no mundo inteiro. Durante a cheia, a aves pernaltas espalham-se por toda a região em pequenos grupos. Quando as águas baixam, as lagoas encolhem e se convertem em poças isoladas, nas quais imensos cardumes de peixes ficam aprisionados. A abundância de presas fáceis atrai uma multidão de aves aquáticas, às vezes em números impressionantes”’.
Percorrer a Transpantaneira de Poconé a Porto Jofre, no estado do Mato Grosso, é roteiro certo para observar muitos bichos: capivaras, veados, tamanduás, bugios, jacarés, serpentes e, claro, muitas aves, tanto no céu quanto nas lagoas isoladas, onde facilmente chegam a milhares de garças, biguás, colhereiros, martins-pescadores. Com sorte ou contratando um bom guia é possível avistar até a onça-pintada.
“No passado, a arara-azul era bem mais comum no Pantanal. Capturada aos milhares e comercializada como ave de gaiola, durante a década de 1980 seu número na região caiu para cerca de 1.500 aves. O Projeto Arara Azul, que teve início nos anos 90, ajudou a triplicar o tamanho da população local e hoje em dia existem mais de 5 mil exemplares”, afirma a Wildlife Conservation Society.
É fácil observar araras-azuis dependuradas em palmeiras acuri e bocaiúva, comendo os seus coquinhos e mesmo no chão, onde vão buscar os frutos caídos e até nas fezes do gado.
O Pantanal é um mosaico muito interessante, formado por campos naturais, brejos, capões e matas.
Nos capões encontramos ninhais de cabeças-secas, colhereiros, biguás e biguatingas, além de arapaçu-gigante, pica-paus e o lindíssimo udu-de-coroa, na imagem abaixo.
Nas matas de galeria, que crescem ao longo dos rios e têm um papel importante na preservação da erosão pela água da chuva, podemos ver o chororó-do-pantanal, o joão-do-pantanal e o mutum-de-penacho entre outros. Cabeças-secas, garças e biguás, às vezes também utilizam essas árvores para fazerem seus ninhos. Alguns macacos também estão restritos a essas matas; o mais frequente é o bugio-preto.
Já na mata do cerradão, que cresce em áreas que ficam acima das cheias, a gente pode encontrar a choca-do-planalto, o bico-de-agulha (logo a seguir) e o caneleiro.
Infelizmente, nos últimos meses, como o mundo inteiro viu, o Pantanal e suas inúmeras espécies de animais foram vítimas de um dos maiores incêndios de sua história. Quase 30% do bioma foi queimado e muitos, muitos bichos morreram.
Ao criar o nosso Guia de Aves e reeditar recentemente o Poster das Aves do Pantanal, nossa intenção é sensibilizar as pessoas através da beleza presente numa região que vem sofrendo ataques incessantes, como pelo fogo que não para. Esperamos que, numa próxima expedição, possamos voltar a fotografar muitos bichos, como fizemos em anos passados.
Para adquirir o Guia e o Poster das Aves do Pantanal acesse a Loja de Passarinho.
Abaixo, mais algumas das aves que fazem parte do poster e do guia:
Tucanuçu, o maior dos tucanos
Mutum-de-penacho
O voo do tuiuiú
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Fotos: Renato Rizzaro