Apesar das medusas do gênero Atolla serem relativamente comuns nas profundezas de oceanos do planeta, há 15 anos, quando pesquisadores do Monterey Bay Aquarium Research Institute (MBARI), da Califórnia, nos Estados Unidos, desconfiaram que aquela era uma espécie diferente. Em geral, esses seres possuem uma cor escarlate e um tentáculo muito mais longo que o resto. Todavia, aquele avistado na época não era exatamente igual e não tinha tinha o tentáculo maior.
Agora, mais de um década depois, os cientistas do MBARI confirmaram, em um artigo científico, que o achado é de uma nova espécie de medusa. Para batizá-la, a equipe do instituto decidiu homenagear o primeiro voluntário do Aquário da Baía de Monterey, Jeff Reynolds, então ela se chama Atolla reynoldsi.
“Nós nomeamos esta nova espécie impressionante em homenagem a Jeff Reynolds em reconhecimento às 4,3 milhões de horas de serviço que ele e outros voluntários contribuíram para o Monterey Bay Aquarium nos últimos 38 anos. Eles graciosamente deram seu tempo para educar o público sobre as maravilhas do oceano. Os voluntários do aquário têm sido fundamentais para aumentar a conscientização sobre a fragilidade do oceano e inspirar o público a se preocupar com a saúde do oceano”, diz George Matsumoto, especialista sênior em educação e pesquisa e autor principal do artigo.
Até hoje já foram descritas dez espécies de medusas do gênero Atolla. A mais nova delas, a A. reynoldsi é relativamente grande em comparação com as demais. Um dos indivíduos coletados tinha 13 centímetros de diâmetro.
Bioluminescentes, ou seja, capazes de produzir luz por meio de uma reação química, as medusas usam essa habilidade para atrair suas presas. Elas giram seu corpo luminoso em forma de roleta para hipnotizar a vítima e dar um bote fatal.
Os cientistas acreditam que a A. reynoldsi é uma medusa rara. Nos últimos 15 anos, só foram avistadas dez exemplares dela na área da Baía de Monterey. Ela vive em profundidades que variam entre 1 mil e 3 mil metros.
Imagem de outra medusa, que também pode ser uma nova espécie
Os pesquisadores também estão no processo de descrever duas outras possíveis novas espécies de Atolllas. Em breve, quem sabe, a gente conta sobre mais novidades aqui!
“Essas descobertas nos lembram que ainda sabemos muito pouco sobre o oceano, o maior espaço vivo da Terra. O oceano está mudando rapidamente e as mesmas ameaças que enfrentam as águas costeiras – pesca excessiva, poluição plástica, mudanças climáticas e destruição de habitats – também se estendem às profundezas abaixo. Devemos documentar a diversidade da vida nas profundezas da superfície antes que ela se perca para sempre”, alertam os cientistas.
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Fotos: divulgação @MBARI