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Nos cinco primeiros meses de 2024, Pantanal tem aumento de 898% nas queimadas

Nos cinco primeiros meses de 2024, Pantanal tem aumento de 898% nas queimadas

Parece ironia, mas a maior planície alagável de água doce do mundo, o Pantanal brasileiro teve um aumento de 898% no número de queimadas só nos cinco primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2023. Os números foram divulgados pelo WWF-Brasil e revelam o temor de que o bioma fique sujeito novamente a uma tragédia como aquela que aconteceu em 2020, quando incêndios sem controle devastaram quase 30% de sua área e mataram 17 milhões de animais.

Segundo o WWF, que analisou dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as chuvas abaixo da média desde o final do ano passado contribuíram para que já fossem registrados 880 focos de queimadas em 2024.

Os especialistas alertam que a temporada de seca no bioma está apenas começando e historicamente, os incêndios na região acontecem entre agosto e outubro, com um pico em setembro. 

Para agravar a situação, o rio Paraguai, o mais importante do Pantanal, apresenta um nível baixíssimo e há receio que atinja uma marca histórica negativa.

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“Em 2020, tivemos aquele fogo catastrófico e as análises atuais mostram que os números de 2024 estão muito parecidos com os que tínhamos naquele ano. Felizmente, todos os setores e a sociedade pantaneira estão alertas porque têm consciência de que se nada for feito, há possibilidade da repetição de grandes incêndios. É preciso atuar rapidamente reforçando as brigadas e contando com o apoio das comunidades locais para evitar uma catástrofe”, ressalta Cyntia Santos, analista de conservação do WWF-Brasil.

O alerta sobre o aumento do fogo no Pantanal não é de hoje. Em novembro do ano passado, o bioma registrou o maior número de incêndios para o mês de novembro dos últimos 25 anos (leia mais aqui).

O WWF-Brasil também compartilhou um levantamento sobre as queimadas na Amazônia e no Cerrado. No primeiro, o aumento de janeiro a maio de 2024 chegou a 107%, em relação aos cinco primeiros meses do ano passado, e no segundo, o crescimento foi menor, de 37%. Mesmo assim, o que se quer ver é a redução.

“Os biomas brasileiros estão conectados, por exemplo, pela água. E isso significa que são também interdependentes quando se trata das consequências da crise climática. Assim, a conversão e o desmatamento do Cerrado geram desequilíbrios para a Amazônia e o Pantanal, afeta a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas, contribui para secas, aumento das queimadas, ondas de calor e até tempestades, como as que afetaram o Rio Grande do Sul”, diz Daniel Silva, especialista em conservação do WWF-Brasil.

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Foto de abertura: © Silas Ismael/ WWF-Brasil

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