
Pesando apenas 141 gramas, a delicada fêmea de pangolim-chinês (Manis pentadactyla) nasceu no último dia 1o de julho no Prague Zoo, na capital da República Tcheca. Sua chegada foi muito celebrada já que ela é apenas o segundo filhote nascido nesse que é o único centro de reprodução em cativeiro da espécie da Europa. O pangolim é o mamífero mais traficado no mundo.
A filhotinha foi gerada naturalmente pela fêmea Run Hou Tang e o macho Guo Bao, doados ao zoológico de Praga pelo Taipei Zoo, de Taiwan, em 2022. É deles também o outro pangolim, nascido há menos de dois anos, Šiška.
“Esse segundo bebê pangolim europeu nasceu cinco dias depois do esperado. Esta data foi calculada a partir da nossa experiência com o nascimento de Šiška. Isto está de acordo com o fato dele ser mais pesado, visivelmente mais desenvolvido e mais ativo”, revelou Miroslav Bobek, diretor do zoológico tcheco.
Há oito espécies de pangolins no mundo: quatro na África e quatro na Ásia. Todas elas estão incluídas no Anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), o nível mais elevado de proteção internacional.
Três das espécies asiáticas, incluindo o pangolim-chinês, são consideradas criticamente ameaçadas de extinção, ou seja, um estágio antes de desaparecer da natureza. Por isso é tão importante a reprodução em cativeiro, para garantir que existam populações saudáveis e seguras fora da vida livre.
Graças ao trabalho de reprodução feito no Prague Zoo, por exemplo, é que após 200 anos, os cavalos-de-przewalski voltaram a galopar nas estepes do Cazaquistão. A espécie foi extinta na região e só recentemente é que indivíduos que viviam em Praga e em um zoológico de Berlim foram levados para lá para serem reintroduzidos.

O pequenino pangolim: o segundo nascido até hoje na Europa em cativeiro
Foto: divulgação Prague Zoo
Pangolim: a sobrevivência da espécie ameaçada pelo tráfico
Único mamífero coberto por escamas, constituídas por queratina, a mesma substância dos nossos cabelos e unhas, o pangolim alimenta-se exclusivamente de formigas e térmitas. Essa pequena criatura que, quando assustada, se enrola numa bola para se proteger, não representa nenhuma ameaça para os seres humanos. Por outro lado, o homem é a sua principal ameaça.
Estima-se que, na última década, um milhão de pangolins tenham sido retirados de seu habitat e mortos para atender a demanda de países da Ásia, sobretudo, China e Vietnã. Nesses lugares sua carne é considerada uma iguaria e suas escamas usadas na medicinal tradicional chinesa.

Um dos grandes desafios da reprodução em cativeiro do pangolim é que ele precisa de condições muito especiais para se reproduzir e isso dificulta o processo fora da natureza
Foto: divulgação Prague Zoo
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Foto de abertura: divulgação Prague Zoo