Pangolim, o mamífero mais traficado no mundo

18 de fevereiro é o Dia Mundial do Pangolim (World Pangolin Day). Na verdade, a data é comemorada no terceiro sábado de fevereiro e foi criada pela ONG Annamiticus com o objetivo de destacar os esforços para a conservação de todas as espécies de pangolins encontradas no planeta (quatro na África e quatro na Ásia). Mas você já ouviu falar do pangolim? Por que ele é um animal tão importante?

O pangolim é um animal coberto de escamas que parece uma mistura de tamanduá com tatu. Possui garras grandes e afiadas que usa para destruir ninhos de formigas e cupins. Os insetos são coletados por uma grande língua, envolta por uma saliva pegajosa. Quando se sente ameaçado, se enrola e se transforma em uma bola blindada contra predadores, incluindo leões.

Quando se sente ameaçado o pangolim esconde a cabeça e a barriga e fica protegido pelas escamas.
Nem os leões conseguem penetrar a armadura.

Porém, o fato mais importante sobre os pangolins é que eles são os mamíferos que mais sofrem com o tráfico de animais silvestres no mundo. Acredita-se que mais de um milhão de pangolins foram capturados ilegalmente na natureza ao longo da última década. Estima-se que mais de 100 mil são enviados à China e ao Vietnã a cada ano. A procura na Ásia é tão grande que não existem mais pangolins suficientes para atender à demanda e os traficantes começaram a caçar as espécies africanas.

Infelizmente, as escamas dos pangolins, compostas de queratina (mesma substância encontrada nos chifres dos rinocerontes e também em nossas unhas e pelos), são utilizadas na medicina asiática tradicional há mais de dois mil anos para o tratamento de inúmeras doenças (de câncer à acne). No entanto, não existe nenhum estudo científico que comprove as propriedades medicinais da estrutura. Outro problema é que a carne do animal é considerada afrodisíaca e é possível encontrar pratos feitos com carne ou feto de pangolim em alguns restaurantes asiáticos.

O pangolim carrega o filhote na cauda ou nas costas

Segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), todas as oito espécies de pangolins estão ameaçadas de extinção. Então, nada mais justo do que um dia para lembrar da importância desses animais para o planeta.

A página do Dia Mundial do Pangolim cita 12 coisas que você pode fazer para ajudar a preservá-lo:

  1. Nas redes sociais, use a hashtag #WorldPangolinDay (#DiaMundialDoPangolim)
  2. Curta a página do Pangolin (acima), o mamífero mais traficado no mundo
  3. Faça um post sobre os pangolins no Dia Mundial do Pangolim
  4. Compartilhe informações sobre os pangolins em suas redes sociais
  5. Faça pinturas, desenhos esculturas ou tatuagens de pangolins
  6. Faça uma apresentação sobre pangolins na sua escola
  7. Apoie organizações que trabalham com projetos de conservação de pangolins
  8. Faça uma festa ou um evento para celebrar o Dia Mundial do Pangolim (poste as fotos na página do Dia Mundial do Pangolim)
  9. Faça biscoitos ou bolos em forma de pangolim e poste as fotos na página do Dia Mundial do Pangolim
  10. Solicite a aplicação das leis e penalidades para o contrabando de pangolins (e outros animais selvagens)
  11. Informe as pessoas que prescrevem escamas de pangolins estão estimulando uma atividade ilegal. As escamas são feitas de queratina (mesma substância encontradas em nossas unhas, cabelos e nos chifres de rinoceronte) e não há nenhum estudo científico que comprove a propriedade medicinal da substância.
  12. Notifique as autoridades se você encontrar pangolins para venda em mercados ou em cardápios de restaurante e denuncie os traficantes de animais silvestres.

E lembre-se: #BichoBomÉBichoLivre

Dia Mundial do Pangolim no Facebook

E lembre-se: #BichoBomÉBichoLivre

 

 

 

Deixe uma resposta

Fábio Paschoal

Apaixonado por animais desde criança, logo decidiu estudar Biologia, formando-se pela USP em 2005. É técnico em turismo e trabalhou como guia a partir de 2008, tendo conduzido, por três anos, passeios de ecoturismo no Pantanal e na Amazônia. De 2011 até 2016, foi repórter e editor do site da revista National Geographic Brasil, onde nasceu o blog Curiosidade Animal (desde dezembro de 2016, aqui, no Conexão Planeta).