O Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Turismo da Namíbia anunciou que irá matar 723 animais e distribuir sua carne para apoiar o programa de alívio da seca do governo. O país africano vive a pior estiagem dos últimos 100 anos e declarou estado de emergência em maio deste ano. Cerca de 1,4 milhão de pessoas sofrem com a insegurança alimentar.
Entre os mais de 700 animais que serão abatidos, por caçadores contratados pelas autoridades, estão 30 hipopótamos, 60 búfalos, 50 impalas, 100 gnus azuis, 300 zebras, 83 elefantes e 100 elandes. Segundo a nota divulgada pelo governo da Namíbia, foram escolhidas áreas específicas para os abates, como parques nacionais, onde essas espécies possuem números estáveis.
Além disso, o texto informa que a Conferência Nacional sobre Gestão de Conflitos entre Humanos e Vida Selvagem resolveu, em 2023, que a quantidade de elefantes precisa ser reduzida como uma medida para auxiliar na redução de conflitos com moradores de vilarejos. “Com a grave situação de seca no país, espera-se que esses casos aumentem se nenhuma intervenção for feita”, afirma o comunicado, que cita a morte há poucos dias de um homem, de 48 anos, morto por elefantes, na região de Uukwaluudhi.
O ministério ressalta ainda que a seca também afeta os animais, que enfrentam dificuldade para encontrar água e alimentos. Muitas dessas espécies são herbívoras e a vegetação está completamente seca.
“A medida é necessária e está em linha com nosso mandato constitucional, que determina que nossos recursos naturais sejam usados para o benefício dos cidadãos namibianos… Estamos ajudando o país neste momento tão difícil e quando é absolutamente necessário. Não apenas os namibianos se beneficiam com a carne fornecida para o alívio da seca, mas o ministério tem, ao longo dos anos, fornecido carne para eventos nacionais, regionais e tradicionais, de acordo com nossas políticas e leis. aquelas em conservatórios”, afirma a nota.
A Namíbia fica localizada no sudoeste da África, região que já há alguns anos sofre com os extremos climáticos. Em 2019, mais de 50 elefantes foram encontrados mortos no Parque de Hwange. no Zimbábue. A maioria das carcaças estavam próximas a fontes de água, secas. Biólogos afirmam que isso indica que os animais devem ter percorrido muitos quilômetros para chegar até ali e sucumbiram à sede e à fome.
Ao tentar achar o que comer, elefantes invadem vilarejos e é aí que ocorrem confrontos com comunidades locais. Eles destroem plantações e muitas vezes, matam pessoas.
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Foto de abertura: Jürgen Bierlein por Pixabay