O Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) acaba de ser reconhecido por sua atuação junto à população brasileira de forma a garantir condições dignas de vida, que incluem acesso a trabalho no campo e alimentação saudável. Por isso, está entre os cinco vencedores do prêmio internacional Esther Busser Memorial Prize.
O prêmio, que homenageia a defensora dos direitos dos trabalhadores Esther Busser, é promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), e a entrega será realizada hoje, 22 de outubro, virtualmente.
Fundado em 1984, o MST se destacou entre centenas de projetos de organizações e indivíduos de países emergentes que se dedicam à justiça social.
“Na pandemia, o MST desenvolveu iniciativas de solidariedade à classe trabalhadora e doou mais de 5 mil toneladas de alimentos e cerca de 1 milhão de marmitas”, destacou o movimento em nota. Só no Rio Grande do Sul a organização doou 12 toneladas de arroz orgânico para ajudar a combater a fome, como contamos aqui.
O MST tornou-se um símbolo nacional da luta pelo acesso à terra e, hoje, reúne cerca de 350 mil famílias assentadas em 24 estados. Desde sua fundação, tem sofrido ataques e difamações, que se intensificaram com o governo Bolsonaro.
Mas mentiras se rebate com fatos, e a verdade é que a organização tem um histórico de contribuições importantíssimas para a sociedade como a produção de alimentos saudáveis – com consequente defesa da soberania e da segurança alimentares -, a preservação do meio ambiente (como conto abaixo), a defesa dos direitos humanos e a luta pela universalização do acesso à educação e à saúde públicas de qualidade.
Vale destacar que sua produção de arroz orgânico tem mais de 20 anos e o transformou no maior produtor da América Latina.
Cem milhões de árvores
Com seu Plano Nacional ‘Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis‘, lançado em 2019, o MST já plantou mais de 1 milhão de árvores em todo país.
A meta é alcançar mais de cem milhões de arvores em todos os estados do país. Só em setembro, instalou mais de 100 viveiros da Reforma Agrária Popular, para ajudar a “impulsionar a produção de mudas e o plantio de arvores”.
A campanha foi criada como resposta à política antiambientalistal e antisocial do governo Bolsonaro e tem a intenção de denunciar ações e planos de destruição ambiental do agronegócio e da mineração.
Também visa contribuir para o entendimento – tanto do MST como dos cidadãos brasileiros – de que Reforma Agrária Popular é imprescindível para uma alimentação saudável e de cuidado com a natureza.
Para ajudar a agilizar essa campanha, em fevereiro o movimento lançou o aplicativo Arvoredo, que mapeia as ações de plantio realizadas pelo movimento em qualquer lugar do país. Gratuito, pode ser baixado pelo sistema Android.
Foto (destaque): Juliana Adriano – MST/Divulgação
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