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Morte de gatos com gripe aviária nos EUA é associada à ração com carne crua

Morte de gatos com gripe aviária é associada à ração com carne crua nos Estados Unidos

Autoridades sanitárias dos Estados Unidos confirmaram que foram notificadas sobre a morte e mal-estar de dezenas de gatos domésticos provocados pela gripe aviária, após eles terem consumido ração feita com carne crua. “O FDA [Food and Drug Administration] está ciente de relatos de morte ou doença associados a alimentos crus em 13 gatos domésticos em oito lares, um gato exótico em uma residência e um número desconhecido de animais em dois santuários para grandes felinos”, afirmou o órgão em um comunicado.

Segundo o FDA, os casos ocorreram nos estados da Califórnia, Colorado, Oregon e Washington. Fabricantes de ração para animais já foram alertados sobre os riscos envolvidos na produção com ingredientes crus ou não pasteurizados de gado ou aves, que podem estar contaminados com o vírus H5N1.

Em maio do ano passado, gatos morreram numa fazenda no Texas após tomarem leite cru de vacas infectadas com a gripe aviária. De acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC), havia 24 gatos na propriedade e metade deles teria morrido. Exames posteriores confirmaram a presença do H5N1 nos animais. Análises de tecidos do cérebro e do pulmão indicaram um “alto número de vírus” e lesões microscópicas consistentes com infecções virais nos olhos e no cérebro.

Especialistas ressaltam que gatos são mais vulneráveis ao vírus da gripe aviária. As vacas, no entanto, ao serem infectadas, não desenvolvem os mesmos sintomas fatais que aves e outros mamíferos marinhos. Algumas sequer ficam doentes.

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A American Animal Hospital Association, associação que reúne hospitais veterinários norte-americanos, declarou em nota que não recomenda a alimentação de animais com rações feitas com proteína crua, contudo, o mercado do setor tem observado um aumento no consumo desses produtos nos últimos anos.

Esse é o pior surto da doença já registrado nos Estados Unidos. Ele começou em 2024. Estima-se que mais de 20 milhões de galinhas já morreram ou foram abatidas.

Recentemente o CDC também anunciou a morte de um paciente, vítima da gripe aviária. Em dezembro, o caso havia sido notificado publicamente. O óbito foi o primeiro no país em decorrência da doença. A pessoa tinha mais de 65 anos e apresentava outros problemas de saúde. Ela teria contraído o vírus após exposição a “uma combinação de aves não comerciais de quintal e pássaros selvagens.”

Pior epidemia mundial de gripe aviária

As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária. Nelas o H5N1 é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.

Em geral, na época do inverno no Hemisfério Norte, há um aumento de casos, já que as aves migratórias rumam para o sul em busca de temperaturas mais amenas, carregando o vírus com elas.

No mundo todo, este é o pior surto de gripe aviária já registrado. Milhões de animais morreram em países do Hemisfério Norte, e na América do Sul, onde estima-se que mais de 500 mil aves vieram à óbito, além de 20 mil leões-marinhos só no Chile e no Peru (no Brasil houve vários casos também no Rio Grande do Sul em 2023).

Nos Estados Unidos, em maio do ano passado, pesquisadores confirmaram oficialmente que um trabalhador de uma fazenda contraiu a gripe aviária após contato com uma vaca infectada. O caso aconteceu no Texas, mas ele apresentou apenas uma inflamação nos olhos, sem nenhum problema respiratório.

De acordo com um artigo publicado no The New England Journal of Medicine, uma das publicações médicas mais respeitadas do mundo, infecções humanas esporádicas pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade já foram notificadas em 23 países ao longo de mais de 20 anos.

Infelizmente, já se sabe que o vírus, inicialmente apenas identificado em aves, agora contamina também mamíferos e pode ser passado entre espécies diferentes, como por exemplo, de vacas para felinos. Também em 2023, gatos que ingeriram leite cru, ou seja, não pasteurizado, morreram, vítimas da gripe aviária (saiba mais aqui).

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Foto de abertura: Gundula Vogel from Pixabay

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