A equipe do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) do Mato Grosso do Sul divulgou ontem (12/09) a morte de Antã, onça-pintada resgatada na região de Passo do Lontra, no Pantanal Sul. O macho foi encontrado no dia 17 de agosto, com as patas queimadas e lesão grave pulmonar, decorrentes dos incêndios. Contamos a história dele nesta outra reportagem, que relatava os esforços da equipe de médicos veterinários para salvá-lo.
Segundo o CRAS, Antã teve uma parada cardíaca. Os veterinários tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu. Além das queimaduras e da inalação de fumaça, a onça-pintada apresentava ainda anemia e alterações no fígado e na bexiga.
Quando foi avistado por pescadores nas margens do rio Corumbá, Antã já estava bastante debilitado e muito magro, pesando apenas 70 kg, quando na média para a idade e tamanho, ele deveria estar com pelo menos 90 kg. A estimativa é que ele tivesse cerca de oito anos.
Antã recebeu esse nome que em tupi-guarani significa “forte”. A morte dele foi lamentada por todos. A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e o Pantanal é uma das áreas com a maior concentração desses animais.
Só este ano, em que os incêndios já devastaram aproximadamente 15% do bioma, pelo menos duas onças já morreram, vítimas do fogo: Antã e Gaia, uma fêmea monitorada pelos biólogos do Onçafari. Outras duas, Miranda e Itapira, foram achadas com queimaduras nas patas, e agora passam por tratamento e felizmente, demonstram boa recuperação.
E não são apenas as onças que sofrem com a destruição do Pantanal pelas chamas. Outras centenas de espécies – muitas delas ameaçadas de extinção, como antas e tamanduás-bandeiras -, também foram resgatadas nas últimas semanas em situação deplorável.
A maior planície alagável de água doce do mundo agoniza com a falta de chuva. Seus rios estão secos, sua vegetação queima e seus animais tentam, quando conseguem, escapar do fogo.
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Foto de abertura: divulgação Governo do Mato Grosso do Sul