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Ministra Marina Silva e a líder indígena Txai Suruí estão entre os vencedores do ‘Prêmio Megafone de Ativismo’

Prêmio Megafone de Ativismo – primeira e única premiação que reconhece iniciativas e pessoas que se destacam no ativismo no país – acaba de divulgar os vencedores de sua segunda edição.

Entre eles (são 14), quatro atuam em defesa dos povos indígenas, dois em defesa do meio ambiente, três em defesa da democracia e três denunciam o racismo

“Todos têm relação, uma vez que direitos humanos e preservação ambiental são intrinsecamente relacionados com regimes democráticos”, ressalta Digo Amazonas, da organização Megafone Ativismo responsável pelo prêmio. 

Democracia, meio ambiente direitos humanos foram também as áreas mais atacadas pelo governo Bolsonaro. O que o Prêmio Megafone destaca é a reação da sociedade civil em luta por seus direitos assegurados pela Constituição e que estiveram em risco nos últimos anos”, completa.

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Entre os contemplados estão duas ativistas de destaque no cenário político e socioambiental do país: Marina Silva, expert em meio ambiente e florestas e ministra de Meio Ambiente e Clima do governo Lula, e a líder indígena Txai Suruí, do povo Paiter Suruí, que tem se destacado no Brasil e no mundo em defesa da Amazônia e dos povos indígenas que apresenta os finalistas e sua escolha).

Marina recebeu o Prêmio do Juri, que homenageia a trajetória de luta mais especial do ano, mas esta categoria não tem inscrições: os indicados são selecionados diretamente pelos jurados.

Já Txai concorreu ao prêmio Megafone do Ano, que homenageia o/a ativista que mais se destacou no ano. Ela concorreu com Paulo Galo (que luta contra a precarização dos motoboys e entregadores), Rita Von Hunty (drag queen ativista politica e social, que luta pelos direitos da população LGBTQIA+, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, por seu ativismo antirracista à frente do Instituto Marielle Franco, e o jogador Richarlison devido a seu engajamento para além dos campos, em pautas ambientais e sociais.

Mais inscrições e maior participação do norte/nordeste

Este ano, as inscrições aumentaram em cerca de 20% e foram feitas de todas as regiões do Brasil, em especial norte e nordeste que, juntas, representam 45% do total de inscritos.

Os premiados estão sendo anunciados pelas redes sociais em vídeos protagonizados pela atriz e humorista Nathalia Cruz e, em breve, receberão o troféu, que é uma obra de arte produzida pelo artivista Mundano, um dos idealizadores do prêmio. 

A seguir, conheça os vencedores das demais categorias do prêmio da organização Megafone Ativismo formada por uma coalizão que reúne Greenpeace Brasil, Pimp My Carroça, WWF Brasil, Engajamundo, Instituto Socioambiental (ISA) e Sumaúma Jornalismo. 

AÇÃO DIRETA 

O premiado é o ato em defesa do rio Arapiuns, no Pará, realizado em suas águas, com pequenos barcos comuns na região, chamados de rabetas: a iniciativa foi do coletivo Guardiões do Bem Viver, de jovens do PAE Lago Grande.

Ato em defesa do rio Arapiuns / Foto: Guardiões do Bem Viver/divulgação

Esta categoria destaca ações ativistas presenciais e diretas, ou seja, que ocupem algum espaço para uma denúncia ou para impedir uma injustiça, por exemplo. Mais da metade (60%) dos finalistas é das regiões norte e nordeste. 

ARTE NA RUA

CURA – Circuito Urbano de Arte, um dos maiores festivais de arte pública do Brasil, venceu esta categoria, que teve 40% de participação de mulheres (50% oriundas das regiões norte e nordeste), e analisa expressões artísticas como grafite, lambe-lambe, intervenção, performance, projeção em vídeo ou qualquer outra linguagem que tenha se manifestdo nas ruas. 

Mural da artista Criola reverencia os povos negro e indigen na empena de edifício-em Belo Horizonte / Foto: CURA/divulgação

CARTAZ

Cristiano Siqueiratambém conhecido como Cris Vector nas redes sociais: Instagram, Facebook e Twitter – venceu esta categoria (60% das inscrições eram de mulheres) com o cartaz criado assim que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas, e que rapidamente se tornou símbolo em manifestações no Brasil e na Inglaterra (onde nasceu Dom).

CIDADÃO INDIGNADO

O desabafo de Dona Lurdinha sobre um caso de racismo ambiental em sua cidade Acupê, na Bahia (assista aqui), sobre obras públicas mal planejadas, conquistou o coração do júri nesta categoria, que visa dar visibilidade a desabafos indignados abordando alguma realidade social ou socioambiental brasileira. Todos os finalistas são negros, 80% das regiões norte e nordeste e 80% mulheres. 

DOCUMENTÁRIO

O Território, dirigido por Alex Pritz e produzido por Txai Suruí, conta a história da luta do povo Uru-eu-wau-wau para proteger suas terras, em Rondônia, do seu ponto de vista, destacando o assassinato do líder e guardião Ari. O filme conquista este prêmio depois de ser reconhecido no Festival de Cinema de Sundance de 2022 (com o Prêmio do Público e o Prêmio Especial do Júri). Nesta categoria, 60% dos finalistas eram mulheres. 

FOTOGRAFIA

A imagem premiada deste ano é a que retratou a indignação de passageiros do ônibus contra manifestantes do 7 de setembro, registrada por Lola Ferreira para reportagem do UOL, no Rio de Janeiro (veja aqui).

JOVEM ATIVISTA 

A premiada desta categoria, na qual todas as finalistas eram mulheres, é Vitória Rodrigues, jovem ativista de São João de Meriti, na baixada fluminense, que com apenas 18 anos já escreveu um projeto de lei. 

Valéria Rodrigues / Foto: divulgação

MARCHA OU MANIFESTAÇÃO DE RUA

Democracia e direitos humanos dominaram esta categoria, que premiou a marcha contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe no Rio de Janeiro. 

MÚSICA/CLIPE

A premiada é o hit das eleições do ano passado – Tá na Hora do Jair – de autoria de Juliano Maderada e Tiago Doidão. Quem quiser ouvir, de novo, só clicar aqui.

MEME OU HUMOR DE INTERNET

Eleições e política são os temas da maioria dos memes selecionados como finalistas nesta categoria do Prêmio Megafone na qual a dublagem das bolsonaristas em jogral se sagrou vencedora. 

PERFIL DE REDE SOCIAL

A premiada entre as pessoas que melhor utilizaram seus perfis nas redes sociais em defesa de causas é a ativista indígena Samela Sateré Mawé (Instagram, Twitter e Facebook). Ela aborda temas relacionados a direitos indígenas, questões socioambientais, feminismo e comunicação, entre outros. 

Foto: Cesar Davi Martinez/arquivo pessoal de Samela

MÍDIA INDEPENDENTE

A premiada é a Revista Badaró́, com a reportagem Um povo, três massacres – em formato de história em quadrinhos -, que fala dos constantes ataques contra o povo guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul. 

Fotos: Divulgação (Marina Silva) e Gabriel Ushida (Txai Suruí)

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