
Historicamente os elefantes asiáticos eram divididos em três subespécies, a indiana, a de Sumatra e a do Sri Lanka. Todavia, há muitas décadas biólogos discutiam a possibilidade de existir uma quarta, encontrada em florestas da ilha de Bornéu. Por fim, em setembro de 2023, exames de DNA confirmaram que o elefante-pigmeu-de-bornéu (Elephas maximus borneensis) é diferente dos demais, declarada então, oficialmente, uma nova subespécie.
Entre as principais características que o diferencia dos demais está seu tamanho: ele é o menor entre eles. Atinge uma altura máxima de 2,5 metros. Com orelhas maiores, também apresenta uma face mais arredondada e um rabo que pode quase tocar o chão.
Mas enquanto durante anos se debateu se o elefante-pigmeu-de-bornéu era ou não uma subespécie diferente, seu habitat foi sendo destruído pela indústria madeireira e por plantações de óleo de palma. Estima-se que restem apenas cerca de 1 mil deles. Por essa razão, o Elephas maximus borneensis foi incluído na Lista Vermelha de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
A expectativa de especialistas é que, com a classificação de ameaçado, ele possa ganhar mais proteção.
“Como uma subespécie distinta do elefante asiático, estes animais são exclusivos da ilha de Bornéu e fazem parte do nosso patrimônio natural”, diz Cheryl Cheah, representante do WWF-Malásia. “A inclusão dos elefantes de Bornéu na Lista Vermelha é um passo fundamental para galvanizar os esforços de conservação e direcionar recursos para áreas de extrema importância.”
A análise genética feita no ano passado demonstrou que o elefante-pigmeu-de-bornéu demonstrou que ele se isolou das demais subespécies há 300 mil anos. Não se sabe, entretanto, como eles teriam chegado à ilha de Bornéu. Uma das hipóteses é que eles seriam nativos, indígenas, e teriam atravessado áreas de pântano, vindos da Sumatra, quando o nível do mar era mais baixo.
Já uma outra teoria sugere que eles seriam descendentes de elefantes domesticados, dados como presente ao Sultão de Sulu, que dominava parte daquela região, pela Companhia Britânica das Índias Orientais no século XVII.

Uma fêmea de elefante-pigmeu-de-bornéu ao lado de seu filhote
Foto: Bernard DUPONT from FRANCE, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons
*Com informações do Museu de História Natural de Londres e WWF
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Foto de abertura: Bernard DUPONT from FRANCE, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons