Recentemente um vídeo viralizou nas redes sociais e provocou muitas críticas e revolta entre os internautas. A veterinária Fernanda Paula Kajozi gravou e postou nas redes sociais o momento em que marca com ferro quente o rosto de um bezerro com o número de campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro. Ela já está sendo investigada por maus-tratos pelo Ministério Público do Tocantins e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária. Com a repercussão negativa, ela apagou o vídeo e negou que o procedimento tenha tido motivação política (leia mais aqui).
Mas, em breve, essa prática secular de produtores rurais pode cair em desuso.
O deputado federal Célio Studart, do Ceará, apresentou um projeto de lei, o PL 2658/2022, que prevê a proibição da marcação a ferro quente para a identificação de rebanhos, especificamente nos chamados “animais de produção”.
Para Studart, “é evidente que a marcação por ferro candente – causadora de sofrimento desnecessário ao animal – pode ser substituída por outras formas de marcação que causem menos ou nenhuma dor”.
Apesar da marcação ser uma tradição antiga e com forte componente cultural, existe um movimento no campo para promover o bem-estar aos animais, utilizando tecnologias mais modernas.
Fazendas de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já implementaram com sucesso, por exemplo, uma técnica que faz a marcação a partir de brincos afixados na orelha do gado. Eles funcionam como um chip que guarda diversas informações como vacinas.
Mesmo assim o deputado acredita que pode acelerar a mudança. “Já não basta todo sofrimento que passam, muitas vezes de serem privados de sua liberdade, ainda têm que ser marcados à brasa”, declarou o parlamentar em seu perfil no Twitter. “Isso tem que acabar!”.
O projeto de lei foi encaminhado à mesa Diretora da Câmara dos Deputados na semana passada e aguarda despacho do presidente da casa.
Foto de abertura: Colin Brown/Creative Commons/Flickr
Achei uma crueldade isso.