Esta não é a primeira vez que o prefeito de Londres anuncia uma medida polêmica. Sadiq Khan, o primeiro administrador mulçumano da capital da Inglaterra, luta por aquilo que acredita ser o melhor para os londrinos. Em 2016, ele já havia banido os anúncios que estimulavam um padrão irreal de beleza nos espaços publicitários do transporte público.
Agora é a vez de Khan de defender a saúde das crianças ao declarar que pretende proibir a propaganda de junk food nos ônibus, metrôs e em suas estações e paradas.
Londres possui uma das mais altas taxas de sobrepeso e obesidade infantil da Europa, com quase 40% das crianças entre 10 e 11 anos tendo problemas com a balança. Estudos mostram que são os menores vivendo em áreas mais pobres os mais afetados. Infelizmente, muitas vezes, para famílias carentes, junk food é a opção mais barata e acessível de comida.
“A obesidade infantil em Londres é uma bomba-relógio. Se não tomarmos medidas corajosas contra isso, não estamos fazendo o bem aos nossos jovens, além de sobrecarregar nosso já sobrecarregado serviço de saúde nos próximos anos”, disse Khan.
Caso seja aprovada – ainda é necessário que a proposta do prefeito passe por consulta -, a publicidade de alimentos e bebidas ricos em gordura, sal e açúcar não será mais permitida.
O sistema de transporte público de Londres é um gigantesco canal de mídia. Estações de metrô, trens e os famosos ônibus de dois andares, que circulam pela cidade inteira, servem de espaço para aproximadamente 12 mil peças publicitárias por ano, que na ponta do lápis, correspondem a algo em torno de 1,5 bilhão de libras. “Ao contrário de anúncios na televisão ou numa revista, onde é possível simplesmente trocar o canal ou virar a página, os usuários do transporte público não têm esta opção”, ressaltou Graeme Craig, diretor de publicidade do Departamento de Transporte Público, em entrevista ao The New York Times, há dois anos.
O famoso chef inglês, Jamie Oliver, que também é um ativista por uma alimentação mais saudável para as crianças, aplaudiu a iniciativa do prefeito. “Estamos virando o jogo, protegendo as crianças da implacável publicidade de junk food em suas viagens diárias para a escola e ao redor da nossa incrível cidade”, afirmou.
No Brasil, mostramos recentemente, nesta outra reportagem, como o excesso de peso e a obesidade respondem por 15 mil casos de câncer por ano no país.
Não seria hora aqui também de dar um basta à esta exposição exagerada ao junk food?
Leia também:
Consumo de comida ultraprocessada é associado ao câncer, alerta estudo internacional
Sistema imune reage ao consumo de fast food de maneira similar a uma infecção bacteriana
Para corpo e mente sãos, vá à feira!
Foto: domínio público/pixabay
O prefeito está coberto de boas intenções porque realmente a propaganda é a alma do negócio mas pode ser a perdição, também, daqueles que influencia, no caso as pobres crianças que ainda não sabem renunciar a um petisco gostoso em favor de uma comida saudável, saborosa também. Claro que o Sr. Prefeito comprou uma briga com os anunciantes e compraria uma briga maior se declarasse que comida saudável MESMO é aquela que não agride o meio ambiente nem mata um animal para “fazer comida dele”, além de manter as crianças no peso e saúde ideais, se elas não dispensarem, claro, a prática de um esporte ou atividade física, um jogo de bola ou pedalar na bicicleta, qualquer coisa que as mantenham longe de uma telinha e de um saco de salgadinhos.
http://emais.estadao.com.br/blogs/comida-de-verdade/criancas-veganas-ou-vegetarianas-sao-tao-saudaveis-quanto-as-demais/