A polícia de Acra, capital de Gana, na África Ocidental, investiga o caso de um homem de meia-idade que, na noite deste domingo, entrou em área restrita do zoológico da cidade, e foi encontrado morto na jaula de uma família de leões brancos raros: o macho, que o atacou, e a fêmea e os dois filhotes da foto acima.
Os agentes suspeitam que o invasor planejava roubar os filhotes para vendê-los ao tráfico internacional, já que são animais raros – têm leucismo como os pais (explico mais adiante) – e se tornaram a maior atração do zoo logo que nasceram, em novembro do ano passado (foto abaixo).
De acordo com relatório do WWF, em 2020, esse tipo de tráfico movimentava R$ 39 bilhões por ano!
Ameaça à prole
O corpo do invasor estava muito ferido e foi levado para o necrotério para que os peritos descubram evidências que possam ajudar a identificar as circunstâncias do ataque.
O zoológico, ao que parece, não tem câmeras de vigilância 24 horas. Mas, devido aos rastros deixados (cercas cortadas, por exemplo), sabe-se que o homem escalou uma cerca de três metros e, em seguida, outra de seis metros, para chegar à jaula.
Talvez vislumbrasse alcançar, de alguma forma, os filhotes do muro onde estava, mas caiu e o leão (foto abaixo) o pegou.
“Quando os leões têm filhotes e alguém chega perto demais, eles podem se sentir ameaçados e entender que o intruso está tentando capturar sua prole, e atacam”, explicou Benito Owusu Bio, vice-ministro de Terras e Recursos Naturais, segundo o site NY Post. “Pedimos ao público que não façam algo assim”, apelou.
Para avançar nas investigações, a polícia tem contado com o apoio da administração do zoológico – que ficou fechado temporariamente, mas já reabriu – e da Comissão Florestal de Gana.
O que é leucismo e como ocorre?
Quando, em setembro de 2021, entrevistei a pesquisadora Caroline Leutchemberg, do Projeto Ararinhas, a respeito de leucismo – devido a uma lontra leucística recém-fotografada no Pantanal -, ela explicou que, “apesar de raros, casos de leucismo já foram reportados em várias espécies, desde peixes até aves e mamíferos”.
Também contou que a anomalia “é um padrão de coloração atípico que ocorre devido a uma mutação genética que afeta a produção de melanina.
Diferente do albinismo (causado pela deficiência completa de melanina, que acaba afetando a pigmentação da pele, dos pelos, dos cabelos, dos olhos etc), o leucismo é caracterizado pela deficiência parcial de melanina“. Por isso também é chamado de albinismo parcial.
A causa provável pode estar relacionada à consanguinidade ou a alterações ambientais. Devido à coloração clara, os animais com essa característica são mais suscetíveis a predadores.
No caso dos leões, como se trata de um animal do topo da cadeia alimentar, seu algoz na natureza é o ser humano, tornando-se presa fácil para caçadores, por sua alta visibilidade. E isso não significa que o objetivo seja matá-los, sempre, mas também capturá-los vivos e vendê-los ao tráfico internacional por valores estratosféricos.
Não há leão branco livre… em Gana
Segundo a organização Global White Protection Trust, existem cerca de 12 leões brancos na natureza. Mas eles não estão em Gana. De acordo com pesquisadores, há uma pequena população de leões no Parque Nacional de Mole, mas nenhum leucístico.
Vale lembrar que, em 1960, Kwame Nkrumah, primeiro presidente do país, tornou o zoológico particular. Só seis anos depois, quando ele foi derrubado, o público pode voltar a frequentá-lo.
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Foto (destaque): Comissão Florestal de Gana
Então na próxima tentativa matam o leão e a leoa pra n ter erro… 😖
N importa q tb sejam brancos e possam gerar novos branquinhos, essa gente n tem respeito pelos animais, q dirá pensar no futuro deles. A grana é a comunicação imediata.