O julgamento que decidirá o futuro das demarcações de terras indígenas no país – e, portanto, o futuro dos povos indígenas – vai acontecer amanhã. Está nas mãos dos ministros do STF o destino dos povos originários. E, por isso, mais de 6 mil representantes de 173 etnias estão reunidos no Acampamento Luta pela Vida, em Brasília, previsto para durar sete dias: de 22 a 28 deste Agosto Indígena.
Esta é a maior mobilização indígena desde a Constituinte de 1988 e certamente ficará marcada na história como a mais importante.
Eles viajaram de todas as regiões do país para reivindicar seus direitos originários – que estão sendo ameaçados pelo Congresso Nacional – e contra o marco temporal – inventado e defendido por ruralistas -, que será julgado hoje, pelo Supremo Tribunal Federal, a partir das 14h.
A programação do acampamento inclui orientações e testagem dos manifestantes para prevenção da covid-19, diariamente, além de manifestações coletivas, encontros com políticos e intelectuais que apoiam o movimento indígena, debates, plenárias, marchas e vigílias, além de cantos e danças representativos de sua cultura e sua espiritualidade.
Ontem, 24/8. no final da tarde, os indígenas e suas lideranças marcharam pela Esplanada dos Ministérios até a Praça dos Três Poderes.
No caminho, exibiram cerca de 1.300 placas de demarcação com os nomes das terras que ainda não foram demarcadas ou cujos processos foram obstruídos pelo atual governo.
Ao chegar em frente ao STF, fizeram a entrega simbólica de uma carta aberta aos ministros do STF, assinada por mais de 160 mil pessoas que são contra a tese do chamado marco temporal e pedem que a Corte proteja os direitos constitucionais dos povos originários.
Em seguida, cantaram, dançaram e ritualizaram seu pedido de proteção aos ministros da Suprema Corte para que derrubem o marco temporal e livrem os povos indigenas dos invasores e dos parlamentares que legislam em causa própria no Congresso Nacional.
Hoje, às 11h, está marcado um tuitaço – protesto online no Twitter – contra o marco temporal, que também integra a programação. Participe usando a hashtag #marcotemporalnão
Abaixo, o vídeo publicado no perfil da Apib, no Instagram, que apresenta o Acampamento Luta pela Vida e suas reivindicações neste difícil momento histórico do pais, que vive tantos retrocessos, negacionismo e ameaças à democracia.
Foto (destaque): Scarlett Rocha/Apib