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Gripe aviária chega pela primeira vez na Antártica

Gripe aviária chega pela primeira vez na Antártica

O que cientistas temiam acaba de acontecer. Foram registrados os primeiros casos de gripe aviária em aves da Antártica. A informação foi revelada pela equipe do British Antarctic Survey (BAS), base de pesquisa britânica que trabalha em campo, na Bird Island, na Geórgia do Sul.

Segundo o comunicado, após vários relatos de aves doentes e mortas, foram coletadas amostras desses animais e exames em laboratório confirmaram a presença do vírus H5N1, que provoca a influenza aviária de alta patogenicidade.

“Esta é uma notícia particularmente triste para se confirmar. Continuaremos a monitorizar as espécies na ilha da melhor forma possível e a manter a ciência em funcionamento, mas não temos a certeza do impacto total neste momento”, disse Ashley Bennison, pesquisador chefe da estação da BAS no local, em entrevista ao jornal The Guardian.

Até o momento, a espécie migratória Catharacta antarctica é a que apresentou a contaminação. A suspeita é que ela possa ter sido infectada na América do Sul, onde acontece uma atual onda de gripe aviária. Estima-se que mais de 500 mil aves aquáticas já tenham morrido, vítimas da doença, além de 20 mil leões-marinhos no Chile e no Peru (no Brasil há varios casos também no Rio Grande do Sul).

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O medo de biólogos é que pinguins de populações isoladas e outras espécies só encontradas na Antártica, possam ser contaminados. Muitos desses animais sofrem graves ameaças de extinção. Além disso, eles nunca foram expostos ao H5N1, diferentemente de aves do Hemisfério Norte, em países da Europa ou dos Estados Unidos, onde já aconteceram outros surtos antes.

As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.

O vírus H5N1 é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.

Espécie de ave migratória que pode ter levado a gripe aviária para a Antártica
(Foto: Antoine Lamielle, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons)

Imunidade contra a gripe aviária na Europa

Apesar das más notícias vindas da Antártica, há um raio de esperança vindo da Europa. Pesquisadores escoceses anunciaram que detectaram anticorpos contra gripe aviária em gansos-patola (Morus bassanus), também conhecidos como atobás-boreal.

Segundo os cientistas, provavelmente os indivíduos que sobreviveram ao surto que começou em 2021 no continente europeu desenvolveram imunidade contra a doença.

Análise preliminar com a coleta de sangue de duas populações de ganso-patola indicaram que pelo menos 30% deles tinha anticorpos contra o H5N1.

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Foto de abertura: Sastognuti, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

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