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Governo abre licitação para exploração de madeira na Floresta Nacional do Amapá

Localizada entre os municípios de Pracuúba, Ferreira Gomes e Amapá, a Floresta Nacional do Amapá (Flona) é uma Unidade de Conservação (UC) de Uso Sustentável, criada em 1989, que abrange uma área de quase 412 mil hectares.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade – ICMBio, o termo Flonas designa “áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, criadas com a principal finalidade de promover o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, a pesquisa científica e o turismo”.

Ou seja, são florestas onde é permitida a exploração dos recursos naturais de forma sustentável. As atividades precisam ser controladas e não causar danos que levem ao desaparecimento de espécies de árvores, animais e poluição das águas.

A exploração madeireira, com autorização, pode ser realizada na Floresta Nacional do Amapá.

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Todavia, na situação atual de desmonte e enfraquecimento dos órgãos de proteção ambiental brasileiros e o (des)governo do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, causa grande preocupação quando se fica sabendo que o Serviço Florestal Brasileiro abriu edital de concorrência pública para licitar 267 mil hectares para exploração de madeira dentro da Flona.

O tamanho da área que entrará em licitação é o equivalente a 267 mil campos de futebol e representa 60% da Floresta Nacional do Amapá.

A intenção do governo federal é arrecadar R$ 3,6 milhões por ano.

Apesar de garantir que a produção será feita através de manejo sustentável, é difícil acreditar que com a falta de investimento no setor será possível fazer uma fiscalização eficiente da exploração de madeira.

A área a ser licitada foi dividida em três lotes: de 150,9 mil, 80,4 mil e 35,2 mil hectares.

Abrigo da vida selvagem

Na Floresta Nacional do Amapá já foram registradas 446 espécies de plantas e 782 de animais, entre crustáceos, anfíbios, peixes, répteis, mamíferos e aves.

Dessas últimas, são 361 espécies e seis delas estão ameaçadas de extinção: águia-pescadora, gavião-tesoura, maçarico-pintado, maçarico-solitário, maçarico-grande-de-perna-amarela e o gavião-real.

A Flona é habitat ainda de animais símbolos do Brasil, como o tamanduá bandeira, o tatu canastra e a majestosa onça pintada, o maior felino das Américas, também em risco de extinção.

Reconhecer no projeto de lei que pretende regulamentar a caça de animais silvestres no Brasil qualquer traço histórico não é preservar a cultura, mas referendar o crime e validar a delinquência humana

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Fotos: Vinicius Mendonça/Ibama (abertura) e Zig Koch (onça-pintada)

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