Não era a notícia que gostaríamos de dar justamente no Dia Mundial do Meio Ambiente. Entretanto, infelizmente, mais uma vez o monitoramento realizado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, Imazon*, revela que o desmatamento na Amazônia continua a subir.
No começo do mês passado, já tinhamos mostrado que havia sido registrado um crescimento de 24% – 384 km² -, na destruição da floresta, entre agosto de 2018 a março de 2019, em relação ao período anterior (agosto de 2017 a março de 2018).
Agora, novamente, na análise entre agosto de 2018 e abril de 2019, os números revelam aumento de 20% no desmatamento da Amazônia Legal, área que compreende nove estados brasileiros e corresponde a quase 60% do território nacional.
De acordo com o Boletim do Desmatamento (SAD) do Imazon, no período, foram perdidos 2.169 km² de floresta.
Pará (787 km²), Mato Grosso (502 km²) e Amazonas (353 km²) foram os estados que mais desmataram nestes nove primeiros meses do calendário de desmatamento 2019.
Já no comparativo mês a mês, abril apresentou uma redução na destruição da floresta, em relação ao mesmo mês de 2018. A queda foi de 10%.
Abaixo a lista dos municípios que mais desmataram:
Retrocesso ambiental em alta
Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também divulgou números alarmantes, conforme mostramos neste outro post.
Segundo o Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), nos primeiros quinze dias do mês de maio, a Amazônia perdeu 19 hectares/hora ou 6.880 hectares de floresta preservada, o equivalente a 7 mil campos de futebol. Foi o pior índice em uma década.
Para complicar ainda mais o cenário ambiental no país, que atualmente sofre ataques constantes do governo federal, um estudo inédito revelou que Brasil e Estados Unidos são os líderes em um ranking global de retrocesso ambiental dos últimos 20 anos.
O levantamento, realizado por cientistas de universidades de diversos países e coordenado pela organização Conservação Internacional, analisou a extinção, a redução de tamanho e a diminuição de restrições de áreas protegidas em 73 nações. No Brasil, cerca de metade da remoção legal de proteções foi feita para autorizar a construção de represas hidrelétricas.
Mapa do desmatamento do Imazon para o período de abril de 2019
Os alertas de desmatamento e degradação florestal realizados pelo Imazon são gerados pela plataforma Google Earth Engine (EE), com a utilização de imagens de satélites e mapas digitais. Todavia, os índices de deflorestamento da Amazônia publicados pelo instituto não são oficiais. O governo só leva em conta os dados elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que frequentemente apresenta números diferentes aos do Imazon. A discrepância nos resultados se dá ao uso de metodologias distintas de avaliação.
*O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável
Foto: imagem ilustrativa (junaidrao/creative commons/flickr)
engraçado moro aqui viajo por todo o interior do amazonas e não vejo estar maior que outros anos ou próximo do que foi em 2015