Embora tenha divulgado inicialmente que Golias, o filhote de onça-pintada apreendido pela Polícia Militar no começo de fevereiro, no município de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas, seria encaminhado para o Zoológico de Pomerode, em Santa Catarina, como noticiamos aqui, houve uma mudança de planos e a equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiu que o melhor lugar para ele seria o Instituto NEX No Extinction, instituição em Corumbá do Goiás, especializada no acolhimento e tratamento de felinos resgatados.
Golias chegou na quinta-feira (03/04) ao NEX, depois de passar quase dois meses no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), primeiro de Manaus, e depois de Brasília.
Quando foi resgatado, o filhote tinha cerca de oito meses de idade. Ele era criado como um animal de estimação. O homem que o mantinha em sua casa disse que durante uma caçada achou o felino sozinho e decidiu adotá-lo. Acredita-se que a mãe de Golias tenha sido morta.
“Agora, ele passará a receber um tratamento mais completo, aumentando as chances de um dia voltar à natureza do que teria antes, quando estava sendo tratado como um animal doméstico”, diz Júlio César Montanha, chefe do Cetas-DF.
Há ainda um longo caminho a ser trilhado até que se saiba se Golias poderá ou não ter chances de ser reintroduzido na vida selvagem no futuro. Atualmente ele é um animal manso demais, extremamente acostumado com a presença de seres humanos, o que tornaria praticamente impossível sua sobrevivência em um ambiente natural.
“É a primeira vez que ele está vendo outras onças, então ainda está muito agitado, há muita informação, em um local novo, onde ele está se ambientando. Mas ele não tem comportamento nenhum de uma onça selvagem – não expõe as garras, não esturra. Para se ter ideia, hoje fomos fazer um enriquecimento ambiental com ele, com uma caixa de papelão com feno e carne dentro, que as onças amam, e ele nem tocou na caixa, não sabe o que é isso”, conta Daniela Gianni, coordenadora de projetos e atividades do NEX.
Foto: divulgação NEX No Extinction
Embora o desafio será grande, Daniela garante que o máximo será feito para que Golias possa viver livre novamente. “Vamos fazer de tudo para que ele adquira todos os instintos naturais que uma onça precisa, introduzindo aos pouquinhos e tentando estimular os comportamentos naturais dele”, reforça.
A esperança é que Golias repita a história, por exemplo, de Ayní, a primeira onça do Brasil, nascida em cativeiro, no NEX, que acaba de seguir para a Argentina, onde fará parte do projeto de reintrodução da espécie realizado pela Fundación Rewilding Argentina, no Parque Nacional de Iberá.
Contribua para o trabalho do NEX
O NEX No Extinction é uma instituição que recebe e cuida de felinos resgatados e também, trabalha com a reprodução em cativeiro para possíveis reintroduções na vida livre. Assim como Golias, seu novo morador, há outras diversas onças que vivem ali.
Para ajudar o trabalho do NEX, uma organização sem fins lucrativos e que depende de doações, você pode contribuir – qualquer valor é importante! – através do PIX 04 567 090 0001 58
Foto: divulgação NEX No Extinction
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Foto de abertura: divulgação NEX No Extinction
