Na última sexta-feira, 22/11, moradores do litoral fluminense avistaram indícios de que o óleo que contaminou milhares de quilômetros da costa brasileira tinha chegado ao estado. Segundo nota oficial da Força Tarefa do governo federal, 300 gramas de resíduos de petróleo teriam sido recolhidos da Praia de Grussaí, em São João da Barra, no Rio de Janeiro.
Durante o final de semana, outras localidades registraram a presença de pequenos fragmentos de óleo. A substância, que seguirá para análise para ver se é compatível com aquela coletada no litoral nordestino, foi retirada das praias de Santa Clara e Guriri, em São Francisco de Itabapoana, e na praia do Barreto, em Macaé. No Canal das Flechas, em Quissamã, o volume do material era maior: quase dois quilos de óleo.
Já havia expectativa de que a contaminação chegasse ao Rio de Janeiro, depois que o óleo atingiu praias do Espírito Santo e continuou rumando ao sul do país. Como precaução, o governo fluminense tinha montado um grupo de trabalho especial para a vigilância da costa, dessa maneira, seria possível garantir uma resposta rápida.
Bloco de óleo compactado recolhido em Quissamã
Segundo o boletim diário divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), desde 30/08, em algum momento, 764 localidades foram atingidas no Brasil, em 124 municípios, dos nove estados do Nordeste, Espírito Santo e agora, Rio de Janeiro.
Ainda pelo levantamento do Ibama, o número de animais mortos chega a 102, a grande maioria deles, tartarugas marinhas.
Até agora, não se sabe quem foi o responsável por um dos maiores crimes – e desastres – ambientais ocorrido na costa do Brasil. Enquanto os criminosos seguem impunes, o prejuízo fica para pequenos pescadores e moradores do litoral, que como sempre, são sempre os mais impactados.
A orientação para quem se deparar com resíduos de óleo é que, de forma alguma se toque no material ou tente fazer a retirada ou coleta do mesmo, que é TÓXICO, e pode prejudicar a saúde, caso manipulado de forma errada. A recomendação é alertar os órgãos envolvidos na limpeza, como Defesa Civil, ICMBio, Inea, Marinha do Brasil e Secretarias de Meio Ambiente, através do telefone 185.
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Fotos: reprodução Facebook Defesa Civil de Quissamã (RJ)