
Ainda faltavam dois meses para 2024 terminar, quando os fotógrafos brasileiros Fernando Faciole e Lalo de Almeida receberam a boa notícia: foram contemplados com bolsas da National Geographic Society (NGS), tornando-se membros de seu cobiçado grupo, o National Geographic Explorer (NGE).
A primatóloga Jane Goodall e os oceanógrafos Jacques Cousteau e Sylvia Earle estão entre os maiores exploradores do mundo, que também receberam suporte da NGS para seus projetos inovadores.
Agora, Fernando e Lalo fazem parte dos contadores de histórias (uma das categorias do programa) de 2024, com narrativas fotográficas muito interessantes, que serão produzidas durante 2025 em biomas distintos: a Mata Atlântica e a Amazônia, ambos bastante impactados pelo desenvolvimento e pelo crime.
Fernando Faciole: tatu-canastra na Mata Atlântica
O fotógrafo e biólogo vai documentar o tatu-canastra (Priodontes maximus), espécie ameaçada de extinção e vital para seu ecossistema. Ele está colaborando com pesquisadores do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) para capturar os desafios enfrentados por esta espécie e os esforços de conservação em andamento no Parque Estadual do Rio Doce (PERD), uma área protegida de 36 mil hectares em Minas Gerais, que salvaguarda “a última população desta criatura notável na Mata Atlântica”, como destaca o zoólogo Arnaud Desbiez, presidente do ICAS.
“Apesar de ter participado de projetos pontuais na África e na América Latina, neste momento, estou concentrando esforços para criar projetos de longo prazo aqui no Brasil”, explica Faciole. “Entendo, cada vez mais, a importância de documentar projetos que possa acompanhar com frequência, em diferentes épocas do ano, em diferentes momentos e atividades”.

Foto: arquivo pessoal
Faciole conheceu o ICAS em 2023 e acompanhou o trabalho dos pesquisadores do projeto Bandeiras e Rodovias em agosto de 2023. Paralelamente, em contato com os cientistas de outro projeto da mesma organização, que trata do tatu-canastra – o maior do mundo! –, descobriu o trabalho desenvolvido no PERD, não só com a espécie, mas também com as comunidades locais.

Arnaud Desbiez, presidente do instituto, que também desenvolve o Projeto Tatu Canastra,
está no centro, atrás, de camiseta verde
Foto: acervo pessoal
“É uma história bem estruturada, uma espécie criticamente ameaçada de extinção nesse bioma está restrita ao PERD, que é o parque mais afetado pelo desastre de Mariana – o maior desastre ambiental do Brasil [de responsabilidade da mineradora Vale]”. Por outro lado, é o terceiro maior complexo de lagos do país, considerada a maior área de Mata Atlântica preservada do estado mineiro, de riquíssima biodiversidade, com espécies raras e ameaçadas da fauna e da flora.
“Mais do que fotografar a espécie, meu projeto vai documentar os pesquisadores em campo pra mostrar seus esforços, além de sua relação com os moradores da região: como eles fazem para sensibilizar as pessoas para proteger o PERD e, consequentemente, o tatu-canastra?”, explica Faciole.
O ICAS desenvolve atividades com crianças e artesãs, que incluem oficinas para criar produtos com temática da fauna local. Também trabalha com os apicultores – estendendo o projeto Canastras e Colmeias para a Mata Atlântica. “O tatu-canastra é uma espécie tão difícil de ser vista que, mesmo quem mora na região considera esse animal como um fantasma. Pouquíssimas pessoas o viram. Então, como proteger uma espécie que não se conhece?”, conta.
Além do projeto científico desenvolvido com a espécie, o ICAS realiza um trabalho de educação ambiental, “levando informações sobre o animal – que vive numa toca funda e gigante no parque -, para as escolas, para a comunidade, o que é essencial para a proteção do tatu”.
Sensação indescritível
“Receber uma bolsa para desenvolver um projeto específico – fazendo parte da maior rede de storytellers do mundo -, chegar a esse ponto de receber esse olhar especial de uma instituição como essa…, a sensação é indescritível”, declara Faciole.
“Até hoje, 100% dos meus trabalhos foram bancados por mim. É um grande esforço financeiro e logístico porque sou eu que entro em contato com os pesquisadores, penso em toda parte de produção, concepção, financiamento, viagens… é preciso colocar muito esforço pessoal. Tenho clara noção dos privilégios que tenho e me permitem fazer isso, investir na minha carreira, em projetos pessoais, mas tudo é sempre muito incerto”, acrescenta.
“As imagens do Fernando vão ajudar a encantar o público”
“A notícia do Fernando Faciole receber um grant para fazer um trabalho sobre o tatu-canastra no PERD é excelente! A gente já está colaborando com ele há mais de um ano e, no ano passado, ele trabalhou com a gente no Pantanal com o tatu e no Cerrado com o tamanduá-bandeira”, conta Arnaud Desbiez, presidente do ICAS.

Foto: Fernando Faciole
“A gente sabe que a fotografia é um meio muito importante de comunicação para a conservação. Ele é um excelente fotógrafo e, com seu trabalho, consegue trazer a emoção e a ciência, ele consegue traduzir todas as coisas que a gente precisa. A escolha da espécie no Parque Estadual do Rio Doce é muito importante porque, lá, a população de tatu-canastra é a última população potencialmente viável na Mata Atlântica. Poucas pessoas sabem que esse animal tão especial, tão raro e tão importante vive no PERD”, conta o pesquisador.
“Acredito que o trabalho do Fernando vai ajudar as pessoas no entorno Parque Estadual do Rio Doce e no estado de Minas Gerais a entenderem o quanto a espécie é ameaçada – pela caça, colisões veiculares… Com a beleza das fotos, acredito que as pessoas podem se apaixonar pelo tatu-canastra, se encantar com a espécie, valorizar o parque. E, para os brasileiros em geral, valorizar a importância das áreas protegidas. Se não tivéssemos esse parque, provavelmente o tatu-canastra não existiria mais nesse bioma. Essa área conseguiu manter a espécie”.
“A gente tem certeza que essas imagens vão ajudar a encantar o público sobre a importância do PERD, do tatu-canastra e das unidades de conservação no Brasil”, finaliza Arnaud.
Trajetória e conquistas
Fernando Faciole é fotógrafo de conservação com dupla cidadania (brasileira e italiana) e vive em São Paulo. Formado em ciências biológicas, construiu sua carreira focada na fotografia de vida selvagem. Sua infância, vivida principalmente em um trailer em meio à natureza, forjou sua conexão profunda com os animais.
Do registro dos flamingos mantidos em cativeiro em resorts na República Dominicana (abaixo) à seca devastadora e aos incêndios florestais nas zonas úmidas do Pantanal, suas histórias fotográficas envolventes e foram publicadas por importantes veículos de comunicação, como a revista National Geographic e a BBC Wildlife Magazine.

Foto: Fernando Faciole
Em 2022, tornou-se o mais jovem e o terceiro brasileiro a integrar a prestigiada Liga Internacional dos Fotógrafos de Conservação (International League of Conservation Photographers – ILCP), grupo que reúne os fotógrafos de conservação mais renomados do mundo (os outros dois brasileiros são Luciano Candisani e João Marcos Rosa).
No mesmo ano, conquistou seu primeiro grande prêmio internacional, o Panda Awards no Wildscreen Festival, na categoria Photo Story.
No ano seguinte, mais dois reconhecimentos: menção honrosa no Siena International Photo Awards com uma série sobre resgate de jacarés durante temporada de seca no Pantanal e segundo lugar no concurso World Nature Photography com uma das fotos dessa série.

durante os incêndios de 2022, e foi premiada no Siena International Photo Awards de 2023
Em junho de 2024, ganhou o prestigiado Environmental Photography Award 2024, prêmio de fotografia ambiental oferecido pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco, com imagem da soltura da tamanduá-bandeira Hanna, numa noite chuvosa no Cerrado (contamos aqui), em duas categorias: escolha do público e Agentes de Mudança (3º lugar). Veja a foto abaixo.

E ainda este ano, Faciole foi convidado pelo Big Picture – um dos maiores concursos de fotografia do mundo, organizado pela Academia de Ciências da California -, para integrar o painel de jurados, composto por fotógrafos de natureza, escritores e editores de fotos. Ele vai julgar e selecionar as inscrições da competição deste ano.
“Estou muito animado por fazer parte desse painel, que tem pessoas muito experientes. Vou estar ao lado de Britta Jaschinski, por exemplo, que ganhou o prêmio Wildlife Photography of The Year 2024, na categoria Fotojornalismo do Ano, e tem sido uma mentora em minha carreira”, declarou Faciole.
“Vai ser um processo muito interessante pra entender como funciona a cabeça do jurado, o que é mais importante nas imagens, como avaliar o impacto – seja pela estética, seja pela mensagem – que ela passa. E eu acho que isso também vai me ajudar na minha fotografia”.

Lalo de Almeida: comunidades tradicionais e a crise climática
Com a bolsa da National Geographic Society, Lalo de Almeida vai realizar o desejo de aprofundar registros sobre um tema que, há um bom tempo, tem desenvolvido para o jornal Folha de São Paulo: o impacto das mudanças climáticas nas comunidades tradicionais (ribeirinhos, indígenas e quilombolas) da Amazônia. “Como elas estão lidando com isso? Como estão conseguindo se adaptar?”, questiona o fotógrafo.

melhores condições: recursos, tempo e liberdade total
Foto: Eduardo Knapp
“Apesar de estar já há algum tempo debruçado sobre esse tema, é sempre na dinâmica do jornal, num tempo que é muito rápido. Sinto que estou sempre olhando superficialmente para as histórias que encontro. Com a bolsa da NG Society, posso ficar mais tempo nas comunidades, aprofundar meu olhar, trabalhar com mais autonomia, no tempo da fotografia”.
“A busca por essa bolsa foi justamente para tentar trabalhar no meu tempo, poder ficar mais nas comunidades, me aprofundar nas histórias e não depender do jornal pra tomar decisões na hora de ir”, explica Lalo.
“Minha ideia é documentar como as mudanças climáticas impactam as populações tradicionais da Amazônia, populações super conectadas aos ciclos da natureza e que tiveram esse ciclo transformado, resultando na transformação de seu modo de vida. Como estão lidando com isso? Estão conseguindo se adaptar?”, completa.
O cronograma inicial indicava que trabalho começaria este ano, mas, devido a questões burocráticas do banco brasileiro com o qual Lalo teve que lidar, o início do projeto foi adiado para 2025.
“Teoricamente, devo começar em janeiro, mas como é um projeto sobre mudanças climáticas eu dependo dos acontecimentos. O desafio desse projeto é também ter que monitorar as condições de cada lugar, em termos de cheias, secas, incêndios – pra poder realizar o trabalho. Vou ter que monitorar o clima o ano inteiro”, conta.
“Também dependo das pessoas das comunidades, que também dependem do clima para acessar os lagos pra pescar pirarucu, por exemplo. Tudo fica condicionado ao clima, à questão dos ciclos naturais e à nova realidade climática. E, nesse cenário, vou identificar como as populações reagem a essas questões, procurando soluções, se adaptando”.
“É uma oportunidade única!”
Lalo conta que esta foi a segunda vez em que se inscreveu para uma bolsa da NG Society. A primeira foi no ano passado. E que conquistar esse apoio é muito especial porque a revista foi sua grande referência quando comecei a fotografar, na adolescência. “Coleciono a National Geographic a vida inteira. Tenho aqui o primeiro exemplar, acho que é do final dos anos 70. Conheço todos os fotógrafos clássicos da NG, dos anos 80, 90, 2000”.
O fotógrafo começou sua trajetória registrando as “minhas próprias aventuras: gostava de fazer caminhada, escalada, viajar de bicicleta – quando ainda não tinha mountain bike – e fotografava tudo. Me identificava com o estilo da NG, que conciliava a fotografia com aventura, lugares distantes, descoberta e ciência.
Profissionalmente, nunca procurou a National Geographic para publicar seus trabalhos: “Sei lá, acho que não via identificação com meu trabalho”. Mas quando se viu diante da oportunidade de inscrever para obter financiamento da NGS, no programa de Exploradores, não pensou duas vezes. “Este ano deu certo e foi uma surpresa muito boa devido ao carinho que tenho pela publicação e por essa entidade, que está na minha vida desde que comecei a fotografar”.
Hoje, todos os projetos que Lalo desenvolve têm financiamento externo, sempre associado à Folha de SP – como, agora, num projeto sobre mudanças climáticas patrocinado pela organização Rainforest Foundation, da Noruega. “Sempre faço esse triângulo – eu, a Folha e o financiador -, mas sempre vinculado ao jornal. E, apesar de obter os financiamentos e propor os projetos, o modus operandi é limitado, por mais que eu tenha liberdade”.
A bolsa da NG Society, neste momento de sua carreira, surge como um incentivo para que Lalo desenvolva seu trabalho nas melhores condições: com recurso, com tempo, com liberdade. “É uma oportunidade única, então, tenho que produzir um excelente trabalho!”. Claro que ele tem um projeto e um cronograma a seguir, assim como data para finalizar e depois apresentar o resultado, “mas de um jeito muito livre, seguindo minhas próprias regras”, destaca.
“Na semana passada eu tive a primeira conversa com meu program officer da NGS [uma espécie de orientador], e ele me falou exatamente isso: a bolsa não é um assignment da NG, ao qual estou preso. A bolsa é para eu desenvolver o meu talento, com total liberdade”.
E finaliza: “É muito interessante porque eu já estou com 54 anos e só agora tenho esse contato próximo com a National Geographic, que eu sempre admirei, desde adolescente.
Trajetória e conquistas
Lalo de Almeida é fotógrafo documentarista radicado em São Paulo. Estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão, Itália, onde começou a trabalhar como fotojornalista para pequenas agências cobrindo as notícias diárias da cidade. Ao retornar ao Brasil, ingressou na Folha de São Paulo, onde trabalhou por 30 anos.
Paralelo ao fotojornalismo, produziu projetos documentais sobre populações tradicionais e sua relação com o meio ambiente.
Em 2010, começou a produzir pequenos documentários em vídeo e narrativas multimídia, criando uma série de projetos premiados internacionalmente, como Um Mundo de Muros, A Batalha de Belo Monte e Desigualdade Global e a Crise Climática. Em 2019, este último foi reconhecido como Documentário do Ano (3º lugar) no Picture of the Year (POY).
Colaborou com o The New York Times por 12 anos (2005-2017). Em 2012, ganhou o XII Prêmio Marc Ferrez da Fundação Nacional de Artes do Brasil para produzir um projeto sobre os impactos sociais e ambientais da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Este trabalho marca o início de sua imersão na região amazônica.
O ensaio sobre as vítimas do vírus Zika foi premiado no World Press Photo de 2017 e o vídeo produzido sobre o tema ganhou o primeiro prêmio no POY Latam, no mesmo ano. Veja uma das fotos da série, abaixo.

Pantanal Ablaze – série publicada na Folha SP, da qual faz parte a imagem de um bugio carbonizado (abaixo) – recebeu o primeiro prêmio na categoria histórias ambientais no World Press Photo de 2021 (contamos aqui). Nesse ano, Lalo foi também foi homenageado pelo POY Latam como fotógrafo ibero-americano do ano.

Foto: Lalo de Almeida
Em 2022, recebeu a Bolsa Eugene Smith em Fotografia Humanística por seu trabalho Distopia Amazônica, que documenta o modelo predatório de ocupação da maior floresta tropical do planeta nos últimos 12 anos. Este projeto também foi o vencedor global da categoria de projeto de longo prazo do World Press Photo, em 2022.

seus terríveis impactos ambientais ambientais e sociais (acima e abaixo)
Fotos: Lalo de Almeida

Nessa série, Lalo registrou não apenas a destruição da floresta e as atividades dos garimpos ilegais, mas sobretudo, o impacto disso sobre as populações indígenas, revelando a história desses personagens, que enfrentam a fome e a falta de perspectivas diante de um cenário em que o governo Bolsonaro dava carta-branca à ação de garimpeiros e grileiros
Foto: Lalo de Almeida
Em 2024, Lalo foi mais uma vez homenageado pelo World Press Photo por seu trabalho sobre a seca na bacia amazônica. A imagem desoladora de um pescador indígena caminhando sozinho pelo leito esturricado de um braço do rio Solimões (abaixo), em frente à comunidade tradicional de Porto Praia, próximo à Tefé, no Amazonas, emocionou o júri e rendeu ao fotógrafo o prêmio da categoria Foto Única/América do Sul do World Press Photo (contamos aqui).

Foto: Lalo de Almeida
E o fotógrafo ainda recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia por sua carreira de 30 anos dedicada à documentação de questões socioambientais nas Américas.
No mês passado, Lalo de Almeida foi convidado para fazer parte do júri do World Press Photo. “Vai ser uma experiência nova estar do outro lado do balcão. Muito trabalho, muito aprendizado e uma grande responsabilidade”, declara.

Sobre a NG Society e a bolsa NG Explorer
Desde sua criação, em 1888, a National Geographic Society (NGS) tem apoiado alguns dos maiores exploradores do mundo entre eles figuras lendárias como as que citei no início deste texto, entre outras.
Até este ano, foram mais de 3 mil contemplados, que receberam mais de 13 mil bolsas que, além do financiamento, inclui consultoria de desenvolvimento profissional, treinamento em liderança, oportunidades de palestras e participação em comunidade, além do implemento de conexões.
São cientistas, conservacionistas, educadores e contadores de histórias chamados de National Geographic Explorers – “líderes e solucionadores de problemas, bem-informados, curiosos e comprometidos em tornar o mundo um lugar melhor”-, cujos projetos são selecionados de acordo com quatro categorias: ciência, exploração, educação e narrativa (storytelling).
“São líderes e solucionadores de problemas. Indivíduos bem-informados, curiosos e capazes, que estão comprometidos em tornar o mundo um lugar melhor. Têm senso de responsabilidade e respeito por outras pessoas, culturas e pelo mundo natural. Estão capacitados para fazer a diferença, buscar ideias ousadas e persistir diante de desafios. Observam, documentam e se envolvem com o mundo ao seu redor, contam histórias que inspiram os outros”, define a NGS.
“Criam e promovem uma comunidade global comprometida com um futuro sustentável e em apoiar a diversidade, a equidade e a inclusão em seus campos”, completa.
Todos os anos, a organização celebra “o poder da conexão recebendo um grupo de exploradores da National Geographic de todas as áreas de foco para conectar, construir uma comunidade, colaborar e inspirar aqueles ao seu redor a cuidar e proteger nosso planeta”.
E o que os contemplados com a bolsa da NG Society devem entregar? “A principal devolutiva que preciso entregar é o material fotográfico, imagens fortes, bem genuínas, que tenham potencial de contar histórias, tanto de forma individual (uma foto) como em uma série: imagens que, colocadas em sequência, sejam capazes de criar uma narrativa sobre o tema escolhido”, explica Fernando Faciole.
As imagens devem ser acompanhadas por um artigo escrito de uma perspectiva pessoal, de acordo com a experiência do explorer. “Uma mistura de relatos, meio como um diário, com informações mais técnicas também – vou entrevistar os pesquisadores. Um artigo de história fotográfica, não científico”, completa o fotógrafo.
O resultado do projeto – do fotógrafo, como no caso de Faciole e Lalo – pode ser publicado na revista National Geographic. Ou não. Após o término do trabalho (janeiro de 2026), os dois terão seis meses para preparar o material e entregá-lo para a NGS.
Os arquivos serão, então, enviados para a NG Partners (empresa da Disney que, hoje, é dona da revista e do canal de TV), que os distribuirá para as revistas NG pelo mundo, que terão 30 dias para decidirem se publicarão o material ou não. Se não houver interesse, o autor do projeto fica livre para vendê-lo para outros veículos.
“Faz parte do nosso compromisso com a NGS promover as narrativas fotográficas em outros veículos, intensificando seu alcance”, finaliza Faciole.
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Foto (destaque): acervo pessoal (Fernando) e Eduardo Knapp (Lalo)