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Festival Arca do Gosto resgata ingredientes nativos do Sudeste e ameaçados de extinção

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Parece estranho falar em “extinção de alimentos”. Geralmente estamos acostumados a ouvir que “animais podem desaparecer”. Mas o mesmo ocorre com plantas e ingredientes nativos de muitas regiões do planeta. Afinal, o desmatamento e o avanço dos centros urbanos sobre as florestas também faz com que frutas e hortaliças percam seus habitats originais e deixem de existir.

No mundo todo, 3.500 ingredientes estão em risco de serem extintos. Cem deles são brasileiros. Eles fazem parte de uma lista elaborada pela organização internacional Slow Food.

Para promover a defesa da biodiversidade nacional e de nossas tradições culinárias, o Slow Food Brasil lançou a 2ª edição do Festival Arca do Gosto. Até 06/11, serão realizadas diversas degustações e atividades em São Paulo para que a população conheça mais queijos, frutas e hortaliças nativas da região Sudeste.

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É o caso, por exemplo, do cambuci, a frutinha verde abaixo, que deu nome a um dos mais tradicionais bairros da capital paulista, e hoje é dificilmente encontrada e quase ninguém conhece. Ou da uvaia, esta linda fruta amarela, que aparece na abertura deste post. Espécie da Mata Atlântica, seu nome em tupi significa “fruta ácida”. Ela tem alto teor de vitamina C (cerca de quatro vezes mais do que a laranja). Tem polpa muito delicada, com casca bem fina e aroma suave e muito agradável.

Outros “desconhecidos” que os paulistanos poderão saborear são araticum, jerivá, cambucá, grumixama e jaracatiá.

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Entre os chefs que participam desta edição do Festival Arca do Gosto estão nomes badalados como o de Bel Coelho, Neka Menna Barreto, Carla Pernambuco e Marcelo Bastos.

No restaurante Capim Santo, a chef Morena Leite vai preparar um prato especial com queijo Araxá, jenipapo, jabuticaba e urucum. Já Ana Tomazoni realizará a “Oficina Mão na Massa de Comida de Botequim” com alimentos como cambuci, batata doce roxa, goiabada cascão e pitanga (confira a programação completa com eventos, datas e horários aqui).

O movimento Slow Food, criado em 2009, estimula a participação de todos. Você se lembra de alguma comida que sua vó fazia e hoje ninguém mais faz? Algum alimento que comia quando criança e hoje já não acha mais? Você pode indicar este alimento para a Arca do Gosto e ajudar a preservá-lo!

A organização defende que todo alimento seja bom, limpo e justo: isso quer dizer que ele deve ser saboroso, saudável e de qualidade; sua produção não prejudique o meio ambiente e tenha remuneração justa para seus produtores.

Ao promover a salvaguarda de ingredientes locais, estimula-se a agricultura familiar, a economia local e a preservação ambiental e cultural do país.

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O urucum é utilizado para dar cor aos alimentos. Pode ser usado na moqueca cabixaba e no pirão,
a cor é obtida através do aquecimento das sementes no óleo

Festival Arca do Gosto resgata frutas nativas do Sudeste e ameaçadas de extinção

O araticum é da família da fruta-do-conde. Conhecido também como panã, é típico de regiões de Cerrado e pode ser encontrado com mais frequência no Mato Grosso e Minas Gerais, além do interior de São Paulo.
O uso comum é em sucos, sorvetes, licores, bolos e geleias

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As folhas do taiá branco são usadas em refogados, assim como espinafre, até que desmanchem,
ou no preparo de morcela (lingüiça), como parte do recheio

 

Fotos: Alexandre Schneider / Misture a Gosto

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