Na semana passada foi aprovada no Senado do estado americano de Washington uma legislação histórica que proíbe a criação em cativeiro de polvos. O texto já tinha passado anteriormente pela Câmara dos Deputados, e agora segue para a sanção do governador Jay Inslee, que provavelmente deve assinar a lei.
Caso seja sancionada será a primeira legislação no mundo a banir esse tipo de atividade comercial.
“A criação de polvos leva ao sofrimento e ao desenvolvimento de doenças nesses que são um dos animais mais inteligentes e sensíveis dos nossos oceanos”, diz Strom Peterson, um dos autores da proposta. “Essa atividade também pode causar enormes impactos ambientais e ecológicos. A criação de polvo é prejudicial aos animais e ao meio ambiente e é desnecessária. É hora de seguir em frente”.
A discussão sobre a criação de polvos em Washington acontece no mesmo momento em que existe um grande debate na Espanha sobre a possível abertura da primeira fazenda no mundo para o cultivo desses cefalópodes.
O empreendimento da multinacional espanhola Nueva Pescanova nas Ilhas Canárias está de olho num mercado global de U$ 2,72 bilhões por ano. Todavia, especialistas apontam que os polvos, que na natureza têm hábitos solitários, não vivem bem em cativeiro, onde se tornam agressivos, com casos de auto-mutilação e canibalismo.
Quando jovens esses animais também preferem se alimentar de presas vivas. Já houve tentativas anteriores, por outras companhias, para a produção em tanques, mas resultaram em alta mortalidade.
O início das operações da empresa ainda depende de aprovação das autoridades locais da área ambiental.
Estima-se que atualmente metade dos frutos-do-mar consumidos globalmente sejam originários de fazendas. De acordo com o WWF, 1/3 da pesca global tem como destino a alimentação de outros animais, o que acaba sendo um contrassenso.
Já aconteceram vários protestos contra a instalação da fazenda de polvos na ilha de Gran Canaria. E há uma uma petição online, promovida pela organização internacional PETA, que você também pode assinar neste link.
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