
Em maio de 2019, como contamos aqui, os coalas foram declarados ‘funcionalmente’ extintos devido ao declínio da população que comprometia a segurança e a variação genética da espécie, já que o acasalamento, muitas vezes, ocorre entre “parentes” muito próximos.
Mas, em novembro desse ano, vieram os incêndios florestais na Reserva Natural do Lago Innes, em New South Wale (NSW), e a situação se agravou: morreram centenas deles; em dezembro, eram mais de mil desaparecidos.
Em março de 2020, estudo revelou o impacto dos incêndios essa região, que foi a mais atingida pelo fogo: estima-se que quase 12% da população da espécie desapareceu, cerca de cinco mil indivíduos.
Essa espécie icônica muito amada em todo o mundo já lutava pela sobrevivência devido ao desmatamento, à seca, doenças, tráfego de carros e ataques de cães. Com os incêndios de 2019/2020, foi dizimada e boa parte de seu habitat precioso, destruído.
Agora, um painel federal que reuniu especialistas em espécies ameaçadas trouxe mais informações e um novo alerta: os coalas podem ser extintos em NSW até 2050, a menos que uma ação urgente seja tomada
Só nessa região, suas populações diminuíram entre 33% e 61% desde 2001 e pelo menos 6.400 foram mortos nos incêndios. Em Queensland, a população de coalas caiu, pelo menos, 50% desde 2001 devido ao desmatamento, seca e incêndios florestais. Nos dois estados, a espécie foi listada como vulnerável em 2012.
Por tudo isso, especialistas e representantes das organizações Humane Society International, International Fund for Animal Welfare (Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal) e WWF alertam que a espécie seja incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção, com urgência, em três jurisdições: NSW, Queensland e no território da capital da Austrália (Canberra), como última esperança.
Josey Sharrad do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal declarou: “Isso confirma nossos temores de que os coalas estão em vias de extinção e precisam de maiores proteções se quisermos que sobrevivam no futuro”.
Ela ainda reclamou que o plano nacional de recuperação do coala está atrasado. “Pedimos aos governos que tomem medidas imediatas para enfrentar as principais ameaças que levam a espécie à extinção”.
Alexia Wellbelove, gerente sênior de campanha da organização, acrescenta: “Esta é uma notícia da qual nenhum australiano pode se orgulhar, mas ainda temos tempo para agir”.
No início deste ano, anunciou um plano para ajudar a proteger o coala, com investimentos de US $ 18 milhões. No painel, o ministro do Meio Ambiente, Sussan Ley, propôs uma auditoria nacional para ajudar a direcionar o financiamento e o apoio, que pode custar US $ 2 milhões. E que o restante do dinheiro pode ser destinado à pesquisa em saúde, suporte médico e restauração de habitat.
Até final de outubro, o painel fornecerá seu parecer final ao ministro, que também ajudará a balizar os esforços para salvar os coalas.
Com informações do The Guardian
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Foto: domínio público/Pixabay