
Em 2019, como contamos nessa outra reportagem, a panda Meng Meng deu à luz a filhotes gêmeos, dois machos, Pit e Paule. Na época, foi uma surpresa para a equipe do Berlin Zoo, já que o ultra-som realizado na fêmea só mostrava um pandinha.
Agora, cinco anos depois, Meng Meng se torna mãe mais uma vez! Novamente ela teve um casal. Os filhotes nasceram na quinta-feira (22/08), apenas onze dias depois da descoberta da gravidez da fêmea. Os irmãos – ainda não se sabe o sexo dos dois – chegaram ao mundo pesando 169 e 136 gramas e medindo 14 centímetros.
“No primeiro mês e especialmente nos primeiros 14 dias, a mortalidade de filhotes é mais alta e é cerca de um quarto maior do que em qualquer outra faixa etária”, explica o biólogo Florian Sicks, curador de pandas do zoológico da capital alemã. “Filhotes de panda nascem sem um sistema imunológico funcional e, portanto, são muito vulneráveis nos primeiros dias. Eles podem facilmente pegar um resfriado, pois ainda não são capazes de manter a temperatura corporal por conta própria. O leite materno fornece a eles as primeiras defesas importantes e garante que os animais jovens se tornem mais fortes.”
Muitas vezes, quando as pandas têm filhotes gêmeos, elas acabam cuidando somente de um deles. Por esta razão, os filhotinhos estão sendo colocados em turnos alternados, a cada hora, com a mãe, para serem amamentados, além de serem cuidados em uma incubadora por especialistas chineses em reprodução.
Assim como outros grandes ursos, quando nascem os filhotes são cegos, surdos e não têm pelos, ou seja, dependem totalmente da mãe para sobreviver. Meng Meng está com onze anos, e agora aparenta ser uma mãe mais experiente, nessa segunda gestação.
Meng Meng e o macho Jiao Qing chegaram ao zoológico de Berlim em 2017. Eles fazem parte do programa de reprodução em cativeiro coordenado pelo governo da China com algumas instituições internacionais.

Foto: divulgação Zoo Berlin
Em 2021, a China declarou que o panda (Ailuropoda melanoleuca) deixou de ser considerado criticamente em risco de extinção. Segundo o governo chinês, ele passou à categoria “vulnerável”, ou seja, ainda necessita de proteção, mas o número de indivíduos da população já apresenta um aumento expressivo. Atualmente estima-se que existam 1.800 mil deles nas florestas do país.
A melhora no status de conservação do panda gigante, como também é chamado, se deu graças a esforços das autoridades em proteger áreas que são habitat da espécie.
“Sem medidas de proteção, o panda gigante provavelmente já estaria extinto”, diz Andreas Knieriem, diretor do zoológico. “Como há menos de 2 mil deles restantes em seu habitat natural, cada filhote que cresce saudável conta. No habitat natural, uma mãe panda só pode criar um filhote, o que significa que um dos filhotes morre no caso de um nascimento de gêmeos, o que ocorre em cerca de 50% dos casos. No entanto, temos a oportunidade aqui de salvar este filhote.”
Os pandas vivem principalmente em florestas temperadas, no alto das montanhas do sudoeste do território chinês, onde se alimentam quase que inteiramente de bambu. Eles podem comer até quase 40 kg dessa planta todos os dias. Usam os ossos do pulso, que funcionam como polegares opositores. Apesar de seu tamanho – uma fêmea pode pesar até 150 kg – , esses ursos são excelentes escaladores de árvores.
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Foto de abertura: divulgação Zoo Berlin