É uma prática cruel. Muito cruel. Tubarões são caçados, depois têm suas barbatanas retiradas e ainda vivos, são jogados ao mar novamente, para sangrar lentamente até morrer. Tudo isso para que suas barbatanas sejam servidas como “iguarias”, em sopas, em restaurantes ao redor do mundo, sobretudo, na Ásia.
Pois agora, o Canadá acaba de tomar uma atitude histórica ao se tornar o primeiro país do G7, grupo formado por França, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão e Reino Unido, a proibir a comercialização de barbatanas de tubarão. Com a nova lei, a importação e a exportação e a atividade de retirada das barbatanas ficam completamente banidas em águas canadenses.
“Essa decisão marca uma mudança radical no bem estar e conservação dos tubarões e é uma vitória da qual todos os canadenses podem se orgulhar”, afirmou Rebecca Aldworth, da Humane Society International do Canadá.
Estima-se que 100 milhões de tubarões são mortos por ano, em grande parte por suas barbatanas. “O Canadá era um importante importador de barbatanas de tubarão. O sofrimento extremo de animais e a devastação ecológica causada por essa prática sem sentido estão bem documentados. Nosso governo demonstrou verdadeira liderança ao responder à sólida ciência e à vontade pública ao acabar com o papel de nosso país nesse comércio cruel”, celebrou Rebbecca.
Depois dos países asiáticos, o Canadá era o maior importador de barbatanas de tubarão do mundo. Só em 2018, os canadenses compraram 150 mil delas.
“Não há dúvida de que o comércio ilegal de barbatanas teve um impacto devastador nas populações globais de tubarões. A nova lei responde à crescente preocupação do público com o impacto dessa prática e em relação à conservação da espécie”, destacou Jonathan Wilkinson, ministro da Pesca, dos Oceanos e da Guarda Costeira do Canadá.
A grande maioria das espécies de tubarão não representa risco ao ser humano. Predadores de outros peixes, mamíferos e moluscos, eles estão no topo da cadeia alimentar dos oceanos e desta forma, contribuem para o equilíbrio das populações marinhas.
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Foto: Nicholas Wang/Creative Commons/Flickr