A história é antiga e já aconteceu em diversos outros ecossistemas. Uma espécie exótica e invasora é introduzida de forma acidental ou não, fora de seu habitat natural, e daí em diante começa a se reproduzir sem controle, impactando de forma grave o novo ambiente, inclusive, matando ou se alimentando de animais nativos. É o que vem acontecendo com peixes de espécies invasoras nos rios do Pantanal.
Para evitar um desequilíbrio ainda maior no bioma, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) lançou uma campanha no Mato Grosso do Sul para alertar sobre o problema.
A recomendação para pescadores amadores e profissionais e turistas é que ao se deparar com as espécies abaixo, não as devolvam à água:
– tucunaré azul
– tucunaré amarelo
– tambaqui
– tambacu
– corvina
– pirarara
“Essas espécies de peixes exóticos, quando fisgadas nos rios da bacia do Pantanal em Mato Grosso do Sul, NÃO DEVEM SER SOLTAS, pois não pertencem a essa bacia e causam interferência negativa nas populações das espécies nativas do Pantanal”, esclarece a campanha. “Para entender o que ocorre nos rios: toda espécie exótica que entra no ambiente diferente ao seu de origem, altera toda a cadeia alimentar da espécie nativa”.
Cartazes, folhetos e outros materiais da campanha estão sendo distribuídos em estabelecimentos comerciais e arredores de pontos de pesca no estado.
Muitas das espécies acima são naturais da Bacia Amazônica e escapam de tanques de empresas que criam peixes para comercialização na região.
Um estudo divulgado em setembro alertou que espécies invasoras contribuíram em 60% das extinções da fauna e flora do planeta. Além disso, sua presença causa um prejuízo global de U$ 423 bilhões, por ano, e em 85% dos casos o impacto desses animais ou plantas, introduzidos pelas atividades humanas, fora de seus habitats originais, é negativo para o meio ambiente.
Material usado na campanha de alerta do Ibama
(Foto: reprodução redes sociais)
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Foto de abertura: Douglas, CC BY 4.0 via Wikimedia Commons