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Campanha da ONU para a COP 27, no Egito, alerta sobre vítimas da crise climática que, até 2050, devem chegar a 216 milhões

Na véspera do maior e mais importante encontro sobre a crise climática do mundo, a Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas (COP27), organizada pela ONU em Sharm el-Sheikh, no Egito – que começou ontem e vai até 18 de novembro -, o vídeo lúdico da campanha da organização para este ano revelou o que preocupa os especialistas, na prática, para muito além dos números sobre destruição ambiental.

A animação (que você pode assistir no final deste post) destaca o dia-a-dia de quem já enfrenta as consequências dos impactos do aquecimento global na natureza. Animais morrem e pessoas precisam fugir da própria terra para ter o que comer e beber. São os refugiados climáticos.

O Banco Mundial estima que 216 milhões de homens, mulheres e crianças poderão ser forçados a deixar o local onde vivem devido às alterações do clima até 2050. É como se um “Brasil inteiro” precisasse mudar de endereço.

No ano passado, o vídeo produzido pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) para a campanha Don’t Choose Extinction (Não Escolham a Extinção), lançada pouco antes da COP 26, em Glasgow, na Escócia, fez muito sucesso, como contamos aqui.

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Em 2021, no video da campanha da ONU, o dinossauro Frankie invadiu o plenário das Nações Unidas para questionar negociadores climáticos

Com a ajuda de computação gráfica, um dinossauro – batizado de Frankie – invadia a sede das Nações Unidas e se dirigia ao plenário para fazer um pronunciamento: sugerir que a humanidade tomasse providências urgentes para não ser extinta – como ele, o experiente dinossauro. “Pelo menos, tivemos um asteroide, qual a desculpa de vocês?”, declarava.

Ainda é possível evitar os 2ºC?

Na média global, 2022 pode fechar o ano com dados recordes de emissão de gases de efeito estufa (GEE). Estudiosos projetam aumento de 2% em relação aos números registrados no ano passado. É como se o mundo estivesse cozinhando, e as pessoas aumentando o fogo.

O planeta já está 1,1ºC mais quente em média, quando comparado com níveis pré-industriais. Os esforços são para que não se atinja os 2ºC. Neste caso, os efeitos serão irreversíveis, alertam os cientistas.

Líderes de quase 200 países estão no Egito a partir de hoje, 6 de novembro, para discutir como resolver o problema de fato. A promessa da ONU é começar a cobrar a conta.

E o Brasil vai precisar se explicar se não quiser estar fora dos negócios mundiais. O país está cada vez mais longe do Acordo de Paris, compromisso assinado em 2015, em que se comprometia a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Naquele ano, o governo de Dilma Roussef assumiu como meta 43% de redução até 2030.

Agora, o país que já foi um dos protagonistas nas discussões sobre clima, chega a COP 27 com uma fatura que revela a maior alta na emissão de gases em quase 20 anos.

O maior problema está na derrubada de florestas – promovida durante os quatro anos do governo Bolsonaro -, como apontou na última quinta-feira, 27/10, o relatório anual de lacunas de emissões – Emissions Gap Report – do PNUMA.

Imagem: reproduções do vídeo da ONU

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