Uma mulher de cidadania brasileira, que não teve o nome divulgado, foi retida pela Polícia Nacional e a Secretaria do Meio Ambiente no Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, na Colômbia. Ela tinha em sua bagagem 130 rãs venenosas, de espécie em risco de extinção, escondidas em potes de filme fotográfico. Interrogada pelos policiais, ela alegou que tinha recebido os anfíbios “como presente durante as férias”. As rãs-dardo são consideradas as mais venenosas do mundo.
A brasileira tinha como destino final a cidade de São Paulo, mas faria uma escala ainda no Panamá. Ela responderá a processo na Colômbia por “aproveitamento ilícito de recursos naturais”. A pena para o crime é de 5 e 12 meses de prisão e multas que podem alcançar os 56 milhões de pesos, pouco mais de R$ 55 mil.
Segundo nota divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente de Bogotá, as rãs da espécie Oophaga sylvatica, que são nativas de Nariño, na região sudoeste da Colômbia, estavam desidratadas e estressadas, quase a beira da morte.
As rãs foram encaminhadas para o Centro de Atenção, Valorização e Reabilitação da Flora e Fauna Silvestre, onde foram realizadas avaliações e atendimento veterinário. Após alguns dias, será determinado se elas poderão ser devolvidas à vida selvagem.
Autoridades examinando os potes onde as rãs estavam escondidas
(Foto: Comunicaciones SDA)
Popularmente chamadas de “diablitos”, pequenos diabos, as rãs Oophaga sylvatica são da família Dendrobatidae e medem entre 26 a 38 mm. Podem ser encontradas tanto na Colômbia como no Equador. Como é comercializada como “animal de estimação”, é vítima do tráfico ilegal.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o tráfico ilegal de vida selvagem é classificado como uma das maiores e mais lucrativas atividades de crime organizado transnacional do mundo, juntamente com o tráfico de drogas, o tráfico de seres humanos e o tráfico de armas. Estima-se que movimente cerca de U$ 20 bilhões por ano.
Animais estavam em péssimas condições
(Foto: Comunicaciones SDA)
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Foto de abertura: Comunicaciones SDA