Pelo menos uma boa notícia chega do estado americano da Califórnia, que vem sendo devastado pelas chamas dos incêndios florestais. Biólogos que monitoram os leões da montanha na região de Santa Monica e Simi Hills, no entorno de Los Angeles, comemoraram o nascimento de treze filhotes entre os meses de maio e agosto deste ano.
Nos dezoito anos que estudam a espécie nessa área, a equipe do Serviço Nacional de Parques nunca tinha observado tantos nascimentos. Desde 2002, contou-se a chegada de 21 filhotes, sendo o maior número para um ano – apenas quatro -, em 2015.
“É ótimo ver essa taxa de reprodução, especialmente porque metade de nossas montanhas foi queimada há quase dois anos”, diz Jeff Sikich, biólogo da vida selvagem. “Será interessante ver como esses gatinhos usarão a paisagem nos próximos anos e enfrentarão os muitos desafios, tanto naturais quanto humanos, à medida que envelhecerem e se dispersarem”.
As visitas de monitoramento às tocas com os filhotes é sempre feita quando a fêmea sai em busca de alimentos. Os biólogos acompanham a movimentação da mãe através de aparelhos de telemetria, enquanto fazem um rápido exame nos leõezinhos. Checam sexo, peso, tamanho e colocam na orelha dos filhotes um minúsculo grampo colorido, com um número, para que eles possam ser rastreados no futuro por armadilhas fotográficas. Mais tarde, esses animais ganharão colares com GPS.
Dois dos treze filhotes nascidos nos últimos quatro meses
Um dos objetivos dos pesquisadores do projeto é estudar como os leões das montanhas sobrevivem em áreas habitadas por seres humanos e fragmentadas. Los Angeles e Mumbai, na Índia, são as duas únicas grandes cidades do mundo a ter felinos de grande porte vivendo dentro de seu perímetro urbano.
O leão da montanha (Puma concolor), também chamado de cougar em inglês ou como puma ou onça-parda, no Brasil, é nativo das Américas. É o mamífero terrestre com a distribuição geográfica mais ampla no continente. Vai do Canadá até o Sul do Chile.
Seu tamanho varia muito conforme a região onde é encontrado. Machos podem pesar entre 50 e 100 kg. Além de montanhas, podem ser observados em florestas, desertos e planícies.
Esses felinos buscam suas presas durante o período da noite, quando geralmente atacam veados e animais de porte menor. As fêmeas procriam, em geral, a cada dois anos, quando têm entre um e seis filhotes, e ficam ao lado deles por cerca de um ano e meio.
Na vida selvagem, os leões da montanha vivem por aproximadamente dez anos.
Um leão da montanha adulto, fotografado na região de Santa Monica
*Com informações do National Park Service
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Fotos: divulgação Santa Monica Mountains National Recreation Area