Apesar das muitas notícias de destruição ambiental e extinções de espécies provocadas pelos seres humanos, há também muita gente bacana trabalhando pela conservação e proteção da natureza. E imagens lindas como esta acima nos dão esperança de que nem tudo está perdido. A cena aconteceu há poucas semanas na Flórida, nos Estados Unidos, quando 28 biólogos se juntaram para formar uma barreira humana e guiar um golfinho preso em um canal de volta ao mar.
O animal foi avistado por moradores com casas próximas ao canal na cidade de Clearwater. Ele estava sozinho e pouco a pouco, estava indo cada vez mais em direção oposta ao oceano.
Depois de quatro dias no mesmo local, um residente ligou para a equipe do Clearwater Marine Aquarium temendo que o golfinho estivesse ferido ou doente. Biólogos foram até o canal e após uma avaliação de longe constataram que ele estava bem.
“A equipe de resgate monitorou este golfinho diariamente para avaliar seu comportamento, condição corporal e ambiente. Observamos que o animal estava em boas condições corporais, com taxas respiratórias normais e exibindo comportamento normal, como forrageamento, durante as observações. Desde o início do monitoramento, ele não havia saído do canal. Isso representava problemas potenciais de longo prazo para o animal, como isolamento de outros golfinhos e aumento do risco de assédio e interações humanas”, revelou a equipe.
Seguindo as recomendações e protocolos da Comissão de Pesca e Vida Selvagem da Flórida (FWC) da Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA Fisheries) decidiu-se que o melhor seria tentar guiar o golfinho para o mar aberto.
O golfinho estava preso num canal: biológos conseguiram forçar ele a atravessar a ponte em direção ao mar aberto novamente
Sem tocar o animal em momento nenhum, os biólogos entraram na água e formaram uma corrente humana. Aos poucos, foram caminhando e batendo na água , lentamente, para forçar o golfinho a nadar na direção certa, a Baía de Tampa.
“O objetivo era não colocar as mãos no animal. Apenas ser uma barreira física, bem como uma barreira auditiva, então tínhamos alguém atrás de nós que batendo em um barco e acelerando o motor. Fomos avançando em direção ao animal, então demos a ele a opção de nadar através da ponte sozinho”, revelou Brittany Baldrica, bióloga especializada em resgate do Clearwater Marine Aquarium.
E felizmente, a estratégia funcionou!
Segundo a lei de Proteção a Mamíferos Marinhos dos Estados Unidos, alimentar ou assediar animais como peixes-boi, golfinhos ou baleias é ilegal.
*Com informações do Clearwater Marine Aquarium
Leia também:
Nova York celebra presença de golfinhos em rio no Bronx, que no passado era considerado um esgoto a céu aberto
Graças ao esforço de voluntários durante seis horas, orca encalhada em maré baixa consegue voltar ao mar
Em resgate dramático de filhote caído em bueiro, mãe elefanta precisa de ressuscitação cardiopulmonar devido a estresse
Fotos: divulgação Clearwater Marine Aquarium